Na obra ‘’ O cortiço’’ de Aluísio de Azevedo, romancista brasileiro, um dos personagens é uma criança que tem sua infância roubada quando é obrigada a amadurecer sua sexualidade para um casamento arranjado, tal situação somada a outros episódios determinou o futuro dessa personagem na prostituição. Fora da conjuntura fictícia do período romântico e na contemporaneidade brasileira, o amadurecimento precoce da sexualidade ocorre de formas diferentes a da obra literária, contudo, afeta as fases do desenvolvimento infantil e pode determinar e moldar o futuro do indivíduo baseada na sensualidade e erotização. Em primeira instância, o despertar muito cedo para a sexualidade é um dos vetores para o aumento do indicie de gravidez na adolescência. A inclusão de conteúdos adultos em desenhos animados somado a influência da moda imprópria para o consumidor infantil elevado a falta de fiscalização dos pais aos sites acessados na rede, resulta no acionamento de impulsos eróticos e consequentemente a prática de relações sexuais e gravidez indesejada. Nesse sentido, tal acontecimento pode comprometer a renda dos pais e avôs das crianças que vão formar famílias desestruturadas e com baixa qualidade de vida. Além disso, o compartilhamento de imagens e vídeos de crianças com tom sensual pode fazer delas alvos de pedófilos. A maioria das crianças modernas possui acesso a internet e essa pode estar contaminada de pessoas com más intenções que se aproveitam dessas crianças para promover abuso sexual. Nesse sentido, os pais que divulgam fotos e vídeos dos seus filhos agindo de forma sensual com danças e roupas inapropriadas acabam incitando esse tipo de violência virtual. Diante dos fatos apresentados, vê-se que a violação da infância se dá de diversas formas e que isso pode comprometer o futuro saudável desse indivíduo. Portanto, é necessário que o Poder Legislativo crie um artigo no ECA que reconheça a erotização infantil como crime inafiançável contra a criança e o adolescente, paralelo a isso, as redes televisivas e as rádios devem evitar a transmissão de conteúdo adulto fora do horário nobre e devem promover campanhas a fim de provocar a família para fiscalizar a temática dos sites vistos por seus filhos para que dessa forma o período infantil da criança seja respeitado e conservado.