Erotização precoce é a exposição prematura de conteúdos e estímulos a indivíduos que ainda não têm maturidade suficiente para compreendê-los. Dessa forma, a televisão, age, constantemente, revelando segredos, tornando público o que antes era privado. Para a qual não há restrições físicas, econômicas, cognitivas ou imaginativas. Tanto as crianças de seis anos quanto as pessoas de sessenta anos estão igualmente aptos a vivenciar o que a TV tem a oferecer. O escritor norte-americano Neil Postman (1999), por exemplo, afirma que a criação da infância só foi possível pelo advento da prensa tipográfica, e proclama o desaparecimento da infância devido ao advento da televisão. Dessa forma, a revolução tecnológica, no decorrer da Guerra fria em 1950, abriu caminho para uma maior difusão de noticias e o menor filtro delas. Dessa maneira, nota-se que os aparelhos tecnológicos trouxeram referências dos quais as crianças não estão acostumadas, assim, avistam a erotização e de maneira inconsciente reproduzem. Um exemplo é o programa de televisão “Xou da Xuxa” no qual influenciou muitos infantes durante sua exposição. No que tange essa afirmação, se por um lado o programa televisivo “Xou da Xuxa” fez uma revolução na TV, nos anos de 1980 à 1990, por possuir uma identidade social, musical, e cultural. Por outro lado, o programa infantil da Xuxa, além de incentivar um consumismo desenfreado, passou a gerar nas crianças a identificação como uma adulta, decorrente das veste que erotizavam o “visual” da mesma. Proporcionando uma reação em cadeia, no qual a imagem erotizada da própria Xuxa e suas assistentes de palco, desencadeou nas crianças o sonho de ser “paquita”, ou seja, usar vestimentas que valorizavam o corpo e se exibirem em um palco de um programa televisivo. A escola como instituição de formação pode e deve se preocupar com esse colapso que beira a infância. Afinal, os reflexos dessa erotização também são sentidos nela. Deste modo, a escola deve propor a discussão sobre a sexualidade, através dos professores orientados por psicólogos, com o objetivo de desconstruir os padrões estabelecidos, não se restringindo apenas ao conteúdo anátomo-fisiológico. Além disso, o Estado deve propor palestras com profissionais capacitados no próprio ambiente escolar, a fim de alertar e direcionar os pais sobre a erotização precoce. Juntos devem mitigar esse problema.