Crianças e adolescentes, de dez a dezesseis anos, maquiadas, com pouca roupa e agindo como adultos, passando em frente à sua casa e indo em direção à balada funk no fim da rua. Essa é a cena que Dona Maria vê aos fins de semana há anos. É evidente que a sexualização da criança vem crescendo no século XXI, e seus efeitos podem ser muitos, como a diminuição da infância – período importante para formação do ser – e aumento de casos de gravidez precoce. É possível perceber, em uma primeira análise, que a infância é tomada das crianças por sua sexualização, diferente do que acontecia há décadas atrás, em que elas costumavam brincar na rua inocentemente. Como disse Voltaire, pensador do século XVIII, sufoca-se o espírito da criança com conhecimentos inúteis, assim, observa-se sua reitificação, que se dá por torná-las adultas cedo demais, comprometendo sua formação de opinião e de personalidade. Além disso, muitas adolescentes se tornam mais suscetíveis a gravidez precoce ou mesmo a abusos pois. Segundo Nejm, diretor de Prevenção e Atendimento da SaferNet Brasil, crianças que não têm educação sexual em casa acabam por buscar informações por outras fontes, tais como sites e imagens indevidas. Dessa forma, é fácil que uma criança seja enganada por adultos de más intenções, e a erotização e a falta de conversa com os pais acabam por ser grandes inimigos do período infantil. De acordo com os apontamentos acima, é imperativo que os órgãos do poder legislativo reforce as leis que condenam esse tipo de ato com os menores e que o Ministério Público aja fortemente na sua regulação e fiscalização. Concomitantemente, os pais devem educar suas crianças sexualmente, a fim de protegê-las das más intenções de terceiros e de preservar sua infância. Assim será mais fácil diminuir a erotização dos pequenos e defender o período infantil.