Título da redação:

Mídia e crianças: uma mistura heterogênea

Proposta: Os efeitos da erotização infantil no Brasil

Redação enviada em 29/05/2018

Diante da constante e precoce exposição à itens inadequados, como cenas sexuais em programas televisivos e letras de música incoerentes com a faixa etária infantil que circulam livremente na internet, as crianças têm sofrido o processo de erotização. Como consequências, têm-se o incremento da cultura de objetificação do corpo e o prejuízo ao estágio de desenvolvimento natural infantis. Cabe, dessa forma, analisar como amenizar esses efeitos. Primeiramente, é importante salientar a relação entre aquilo que a criança assiste e ouve e o que ela depreende para sua vida. Isso se deve ao fato de que, por ainda estar em processo de formação de sua consciência crítica, a criança necessita de meios que regulem o conteúdo que pode absorver. Afinal, de acordo com o filósofo Vygotsky, a criança aprende em consonância com o mundo a sua volta. Nesse sentido, é preciso que haja um esforço, por parte dos pais, a fim de que a relação com esse mundo não altere o desenvolvimento educacional saudável desse infante, que, segundo indica o mesmo autor, deve principalmente brincar. Ademais, é preciso pontuar que o excessivo contato com produtos de cunho sexual, como os supracitados, causa nas crianças uma cultura de objetificação do corpo muito prejudicial. Isso pode ser exemplificado pelo advento de cantoras de funk mirins, como a MC Melody, que durante suas apresentações fazem uso de vestimentas e coreografias incondizentes com suas condições naturais. A curto prazo, esse tipo de erotização gera uma consciência de que a criança já não é mais uma pessoa infantil, o que leva à estereotipação e e comercialização de seu corpo. Dessa forma, verifica-se que a erotização das crianças possui diversas consequências negativas, como a objetificação do corpo e o prejuízo ao seu desenvolvimento natural, originados, principalmente, pela cultura midiática que as cerca. Nesse sentido, para amenizar seus efeitos, é preciso primeiramente que os pais exerçam seus papéis de educadores controlando o acesso a conteúdos digitais dos filhos, seja acompanhando a utilização de perto, seja restringindo canais e sites pelos mecanismos legais. Além disso, é preciso que o Estado, a fim de atender o artigo 3 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), exponha na tevê , em horário de maior público, por meio de entrevistas com especialistas, a importância do estágio infantil para o desenvolvimento educacional da pessoa, a fim de que as famílias sejam orientadas a respeito do crescimento saudável dos filhos. A partir dessas ações, os efeitos perversos da erotização infantil poderão ser diminuídos.