Segundo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é característica da “modernidade líquida” vivida no século XX. Os efeitos da erotização infantil no Brasil refletem essa realidade. Dois pontos a se destacar: a falta de informação a respeito das mudanças que ocorrem no corpo das crianças, bem como a exposição precoce de conteúdo adulto ao público infantil. A respeito da falta de informação sobre as mudanças que ocorrem no corpo das crianças, a educação nas escolas tem um grande impacto na vida delas. A começar pelos esclarecimentos acerca das transformações que fazem parte da transição entre a vida infantil para a adolescência. A produção de hormônios, o aparecimento de características sexuais e a formação do adulto são informações que devem ser abordadas nas escolas em todas as fases da vida de uma criança. A desinformação gera cenários obscuros que podem levar a choques traumáticos na vida infantil dos jovens. Outro ponto a se levar em conta é a exposição precoce de conteúdo adulto ao público infantil. Frequentemente, tanto por parte da família quanto pela sociedade, a criança é bombardeada por situações que são explicitamente de conteúdo para maiores de 18 anos. A detalhar um pouco mais, são momentos nos quais a criança assiste a vídeo clipes com danças eróticas e cantam músicas com letras obscenas. O combate à liquidez citada inicialmente, a fim de conter o avanço dos efeitos da erotização infantil no Brasil], deve tornar-se efetivo, uma vez que tanto a falta de informação quanto a exposição precoce de conteúdo adulto podem ser solucionadas através de uma cultura educacional mais efetiva desde a infância. Sendo assim, desde que haja parceria entre governo, comunidade e família, será possível amenizar a erotização infantil, construindo uma sociedade mais fiel aos princípios de humanidade da constituição.