Desde os períodos antigos até pouco tempo, muitas crianças foram sujeitas a um modelo de vida extremamente rígido, em que elas tiveram de estabelecer, principalmente, compromissos matrimoniais durante um estado precoce de desenvolvimento delas. Atualmente, inúmeros indivíduos em fases iniciais da vida estão sendo alvos do processo de adultização, embora de forma diferente das anteriores, o que desencadeia diversas consequências danosas a eles, expondo-os, muitas vezes, a situações ofensivas e prejudiciais psicologicamente. Diante disso, infere-se que esse problema caracteriza um estado de alerta em relação à proteção dessas pessoas, necessitando-se de medidas que possam efetivá-la. O termo adultização se refere ao processo de exposição da criança a conteúdos ou comportamentos não condizentes com a faixa etária dela. Segundo o sociólogo alemão Max Weber no conceito de Ação Social, o indivíduo é influenciado pela ação de outro. Com base nisso, compreende-se que o público infantil busca aderir aos comportamentos observados nos adultos, especificamente no ambiente familiar. Em decorrência da falta de fiscalização e de informação, em casa, crianças e adolescentes são incentivados ao amadurecimento acelerado por intermédio de adornos estéticos, redes sociais e conteúdos midiáticos inadequados. Logo, percebe-se que a negligência por parte dos pais e a carência de informação na sociedade brasileira são fatores que agravam esse impasse social. A sexualização infantil traz consigo várias consequências, dentre elas o interrompimento da fase de descobertas da vida e do desenvolvimento físico-mental, englobando-se a puberdade e a erotização natural do indivíduo. Vale ressaltar que, nos dias atuais, a indústria da moda tem investido altamente na imagem de crianças em propagandas, entretanto, algumas retratam os modelos mirins de forma adultizada, o que, futuramente, pode torná-los alvos de assédios ou abusos morais e sexuais, gerando graves efeitos psicológicos. Com isso, entende-se que a exposição errônea e o adiantamento de processos naturais dos indivíduos constroem patologias sociais que os afetam diretamente. Depreende-se, portanto, que medidas eficazes são necessárias para extinguir os efeitos da erotização infantil no Brasil. Primeiramente, é fundamental que o Governo Federal, em parceria com escolas e instituições sociais, invista em campanhas, propagandas e conteúdos midiáticos de cunho educativo que busquem alertar e informar a população acerca da adultização infantil e seus efeitos, diminuindo, dessa forma, o número de vítimas de tal fato. Ademais, é importante que, no âmbito familiar, os pais busquem fiscalizar e analisar mais o comportamento dos filhos por meio de informações e diálogos sobre os riscos das mídias e as fases de desenvolvimento biológico, preparando-os antecipadamente. Dessa maneira, os efeitos da adultização infantil serão cessados, e as crianças terão uma formação mais audável.