Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: Os dilemas encarados pelas pessoas autistas na sociedade brasileira

Redação enviada em 08/10/2018

A sociedade não está preparada para lidar com crianças especiais. E os dilemas enfrentados pelos portadores de autismo somente afirma essa constatação, que no fim acaba resultando no isolamento social destes em função dos deficitários programas de saúde e educação no país. Apesar do autismo ter um incidência relativamente grande na população, cerca de 1 caso para cada 110 recém nascidos, foi apenas em 1993 que a síndrome foi adicionada a Classificação Internacional das Doenças da OMS, e isso nada mais é do que o reflexo do pouco que se sabe sobre a questão. As informações sobre o transtorno ainda são muito vagas e ainda é muito difícil obter diagnóstico, especialmente por não poder se afirmar geneticamente as suas causas, fazendo com que a sua detecção seja baseada na observação do comportamento do paciente, o que acaba se tornando uma atividade muito complexa, em especial pela grande possibilidade da síndrome ser confundida com traços de comportamento, como os demarcados pela dificuldade na linguagem e a baixa capacidade de interação social. No Brasil há cerca de dois milhões de autistas, contudo, essa significativa parcela populacional sofre com a dificuldade para encontrar tratamento. O déficit na formação de profissionais preparados para cuidar dos pacientes é muito grande, sobretudo na rede pública. Há falta de informação no ensino sobre o problema aos pediatras, mas a maior barreira ainda está relacionada com o trabalho de terapia, que conta com pouquíssimos profissionais qualificados no Brasil. Outro tabu enfrentado por pacientes e família está relacionado a inclusão social dos portadores da síndrome, que apesar dos avanços ainda é muito difícil. A lei 12.764 de 2012 passou a assegurar os direitos dos autistas e reconhecer que eles possuem os mesmos direitos que os outros pacientes especiais do Brasil, inclusive o direito de frequentar escolas regulares. É necessário aceitar que o autismo está presente no cotidiano, tal como é fundamental quebrar as barreiras que impedem o convívio social dos portadores da síndrome. Em primeiro é lugar é essencial prover maior discussão sobre o tema nas universidades de medicina no Brasil, assim como convém ao Ministério da Saúde arcar com maiores investimentos quanto a formação de fisioterapeutas especializados no assunto. É preciso que hospitais, em parceria com universidades criem núcleos de apoio ao portador da síndrome, oferecendo a estes além de tratamento médico, princípios da educação básica que mais tarde os auxiliem nas escolas, estas que, por sua vez devem estimular práticas de socialização entre os alunos, afim de promover a maior interação entre eles.