Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: Os dilemas encarados pelas pessoas autistas na sociedade brasileira

Redação enviada em 27/08/2018

Esparta, importante pólis da Grécia Antiga, tinha a cultura de matar e “descartar” aquelas crianças que – na visão deles- não contribuiriam para a cidade. Nessa perspectiva, os dilemas encarados pelas pessoas autistas na sociedade brasileira, remetem a ações relacionadas à Antiguidade, as quais denotam preconceito, indiferença e descaso. Contudo, apesar de existir leis, ainda há entraves que impedem o amplo exercício de cidadania pelos autistas, a saber: a carência de representatividade e a falta de informação e conhecimento a respeito do assunto. De início, vale ressaltar a deficiência na gestão democrática do Brasil. A virtude cívica, denominada de Arethé pelo filósofo Platão, denota a atitude de valorização da vida humana e a busca constante em evoluir, entretanto, a democracia brasileira não está satisfazendo e garantindo, efetivamente, a representação das minorias, principalmente no âmbito daqueles que sofrem do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Assim, é notório que a consequência da falta de representatividade- aliada a vulnerabilidade- reflete-se na intensificação do isolacionismo dessas pessoas e da dificuldade no convívio social delas, além do obstáculo profissional, dificultando a inserção no mercado de trabalho, por exemplo. Somado a isso, a pouca abrangência da temática na sociedade corrobora a ausência de entendimento da questão. A Lei 12.764, implantada em 2012, prevê a responsabilidade do Poder Público quanto à informação pública relativa ao transtorno e suas implicações; porém, infelizmente, nota-se a deficiência do Governo em expandir conhecimentos sobre os autistas, suas limitações e principalmente suas potencialidades, entre elas o foco direcionado. Nesse viés, a valorização da formação educacional cidadã e inclusiva é o pilar principal para todos os cidadãos brasileiros conhecerem e garantirem os direitos das pessoas com autismo no Brasil. Fica claro, portanto, que os entraves para efetivar a atuação dos autistas no Brasil precisam ser sanados. Logo, o Ministério da Educação deve incluir disciplinas no currículo do ensino básico e superior, em cursos como gestão pública e psicologia, as quais visem o debate da situação dos autistas no país, por meio de palestras e congressos nas universidades, empresas e escolas, afim de ratificar a importância na inclusão dos mesmos e na garantia de seus direitos. Outrossim, a mídia deve inseri-los no cotidiano da população- em novelas por exemplo- com o objetivo de aumentar a representatividade dos autistas. Dessa forma, conseguiremos desmistificar atitudes que até hoje, lamentavelmente, ainda remetem a época da Grécia antiga.