"A injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo lugar". O pensamento de Martin Luther King, ativista político estadunidense, nos permite refletir, em nossos dias, sobre os alarmantes desafios enfrentados por autistas e seus familiares no âmbito educacional, representando um problema a ser enfrentado de forma mais organizada pela sociedade brasileira. Sob esse aspecto, convém analisarmos as principais causas dessa problemática. Inicialmente é possível destacar o preconceito sofrido pelos portadores do transtorno no ambiente escolar. Segundo o jornal Estadão, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo acumula mais de 500 processos admnistrativos sobre casos de escolas que rejeitam alunos autistas, ainda que essa pratica seja ilegal como previsto na Constituição Brasileira. É deplorável o fato de instituições de ensino perpetrarem tal comportamento pretencioso quando devem estimular o respeito à diversidade. Vale também ressaltar a ausência de adaptações na maioria dos ambientes escolares, evidenciando o despreparo daqueles que os dirigem. A reflexão de King ilustra o desrespeito sobre autistas quando privados dos direitos fundamentais que aqueles a sua volta - que não são portadores do transtorno - usufruem. Urge, então, a garantia do exercício da cidadania desta população, a qual não difere em termos sociais do restante da socidade brasileiro. Desse modo, para que o ideal de igualdade pregado por King, de forma análoga aos indivíduos autistas, seja empregado na sociedade brasileira, faz-se necessário, portanto, maior atuação do Governo Federal. Nesse sentido, esse órgão deve reforçar medidas já existentes de inclusão por meio do enrijecimento das penalidades às instituições que rejeitarem esses alunos, como a aplicação de multas diárias e impedimento de novas matriculas. Espera-se com isso oferecer uma vivência do ambiente escolar saudável e digna, que possa auxiliar o desenvolvimento destas crianças.