Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Os dilemas encarados pelas pessoas autistas na sociedade brasileira

Redação enviada em 20/07/2018

Em 2013, a novela "Amor à Vida", exibida pela Rede Globo, trouxe uma proposta admirável: a retratação da vivência e dificuldades da personagem autista Linda, interpretada pela atriz Bruna Linzmeyer. Assunto pouco difundido no Brasil, o autismo é uma condição que faz com que seus portadores tenham problemas na comunicação e adaptação aos ambientes escolares e laborais, o que representa um grande dilema no convívio social desses indivíduos. A priori, deve-se entender que o autismo, que já acomete cerca de 70 milhões de pessoas ao redor do mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), é esporadicamente discutido na sociedade, ficando restrito às obras pontuais, como a teledramaturgia citada. Destarte, as escolas e universidades dificilmente formulam palestras que abordem o assunto, o que acaba gerando uma corrente de preconceito que assola os autistas e dificulta sua inserção social, pois se as pessoas não são conscientizadas sobre a condição desses indivíduos, tendem a tratá-los de uma forma bastante superficial, uma vez que não estão cientes de seus conflitos internos, culminando em problemas como bullying, devido à ridicularização ou comentários pejorativos dirigidos a eles, frequentemente rotulados de "isolados sociais". A posteriori, caso a questão da falta de informação persista, outro problema que atinge os autistas se mantém firme: o ingresso nos âmbitos laborais e escolares. Assim, apesar desses indivíduos possuírem uma tendência de facilidade em cálculos matemáticos, essa habilidade é ofuscada no trabalho ou em instituições educacionais, já que as limitações do portadores dessa condição falam mais alto para muitas pessoas. Essa visão distorcida explica porque, não raro, as escolas cobram uma taxa extra de matrícula para alunos autistas, como ocorreu em várias instituições do Distrito Federal, as quais foram denunciadas pelo Jornal Correio Braziliense, já que a Legislação Brasileira proíbe tal prática. Isso é reflexo da pouca ou nenhuma qualificação inerente ao entendimento das formas de estabelecer comunicação com o autista apresentada pelo corpo docente desses locais. Urge, portanto, a necessidade de uma mudança de pensamento coletivo. Para isso, universidades de todo o país, com o apoio do Ministério da Educação, devem ministrar regularmente, mediante especialistas no assunto, palestras com o objetivo de conscientizar a população acerca das singularidades que envolvem o autismo, acompanhado de estágios executados por alunos dos cursos de psicologia e pedagogia em escolas com alunos autistas, visando à sua inclusão educacional. Por fim, empresas como Apple e Google devem incentivar seus desenvolvedores a criarem aplicativos para "smartphones" que facilitem, de forma lúdica, o desenvolvimento da linguagem do portador de autismo para que, de fato, os problemas vivenciados pela personagem Linda fiquem no passado.