Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Os dilemas encarados pelas pessoas autistas na sociedade brasileira

Redação enviada em 17/07/2018

Em 2013, a novela "Amor à Vida", exibida pela Rede Globo, trouxe uma proposta admirável: a retratação da vivência e dificuldades da personagem autista Linda, interpretada pela atriz Bruna Linzmeyer. Assunto pouco difundido no Brasil, o autismo é uma condição que faz com que seus portadores tenham problemas na comunicação e adaptação aos ambientes escolares e laborais, o que representa um grande dilema no convívio social desses indivíduos. A priori, deve-se entender que o autismo, que já acomete cerca de 70 milhões de pessoas ao redor do mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), é esporadicamente discutido na sociedade, ficando restrito à obras pontuais, como a teledramaturgia citada. Destarte, as escolas e universidades dificilmente formulam palestras que abordem o assunto, o que acaba gerando uma corrente de preconceito que assola os autistas e dificulta sua inserção social, pois se as pessoas não são conscientizadas sobre a condição desses indivíduos, tendem a tratá-los de uma forma bastante superficial, pois não estão cientes de seus conflitos internos, culminando em problemas como bullying, devido à ridicularização ou comentários pejorativos dirigidos a eles, frequentemente rotulados de "isolados sociais". A posteriori, caso a questão da falta de informação persista, outro problema que atinge os autistas se mantém firme: o ingresso nos âmbitos laborais e escolares. Assim, apesar desses indivíduos possuírem uma tendência de facilidade em cálculos matemáticos, por exemplo, essa habilidade é ofuscada no trabalho ou em instituições educacionais, pois as limitações do portador do autista falam mais alto para muitas pessoas. Essa visão distorcida explica porque, não raro, as escolas, mesmo que infringindo a Legislação Brasileira, cobram uma taxa extra na matrícula de autistas, pois não há um planejamento por parte dela que respalde esses indivíduos, como professores que se adaptem ao modo de se expressar do autista, reflexo da pouca clareza ou mesmo interesse que a universidade que formou esse docente teve em expressar as particularidades que permeiam a vida desse grupo. Urge, portanto, a necessidade de uma mudança de pensamento coletivo. Para isso, universidades de todo o país, com o apoio do Ministério da Educação, devem ministrar regularmente, mediante especialistas no assunto, palestras com o objetivo de conscientizar a população acerca das singularidades que envolvem o autismo, acompanhado de estágios executados por alunos dos cursos de psicologia e pedagogia em escolas com alunos autistas, visando à inclusão educacional destes. Por fim, empresas como Apple e Google deveriam incentivar seus desenvolvedores a criarem aplicativos para "smartphones" que facilitem, de forma lúdica, o desenvolvimento da linguagem do portador de autismo para que, de fato, os problemas vivenciados pela personagem Linda fiquem no passado.