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Redação sem título.

Tema de redação: Os dilemas encarados pelas pessoas autistas na sociedade brasileira

Redação enviada em 06/06/2018

Desde o advento da Revolução Industrial, no século XVIII, a sociedade é desafiada a lidar com mudanças e adaptações. Hodiernamente, tal desafio revela-se na necessidade de superar os dilemas vivenciados pelas pessoas autistas, os quais continuam a permear a convivência cidadã, devido à deficitária incrementação legislativa e à perpetuação de uma cultura individualista. Diante disso, é preciso conhecer os diversos estigmas desse problema, na propensão de solucioná-lo. Em primeira instância, vale pontuar, sob a ótica jurídico-normativa, que a persistência dos casos de negligência aos portadores de autismo, no Brasil, possui estreita relação com a inaplicabilidade das leis estabelecidas pela Carta Magna de 1988, a qual garante estritamente o princípio de igualdade. Essa conjuntura é ainda corroborada pelo fato de tais normas funcionarem apenas num plano abstrato, deixando esses indivíduos desamparados, evidenciando, assim, a face de um governo sem atitudes vigentes. Nesse sentido, em um artigo publicado pela Folha de São Paulo, o jornalista Élio Gaspari afirma que a recorrência dessa circunstância deve-se à fragilidade da máquina jurídica do país. Logo, a reversão desse paradigma configura-se como importante dever político-nacional. Em semelhante proporção, a cultura individualista é um mecanismo intenso do impasse. Isso porque o passado histórico ainda repercute no meio social, congeminando a inércia do sodalício mediante situações deturpadoras como delimitar os direitos de uma minoria, ultrajada pela mentalidade notadamente errônea, fruto da base colonial brasileira. Nessa perspectiva, o filósofo Maquiavel pressupõe que “é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão", apontando, dessa forma, para a imprescindível ruptura desse cenário. A falta de aplicação das leis, em paralelo à cultura individualista, são portanto, importantes vetores da problemática. Por esse motivo, é crucial que o Poder Judiciário, convergente aos pareceres técnicos, busque a reformulação do sistema jurídico para torná-lo sem brechas e efetivamente aplicável, bem como crie penalizações condizentes, conquanto que garantam a ressocialização dos infratores, permitindo fundamentos favoráveis às pessoas autistas, a fim de corrigir esse flagelo contemporâneo. Ainda assim, cabe ao Ministério da Educação, na figura das instituições de ensino, promover debates sobre esse assunto, os quais devem discorrer informações e esclarecimento de dúvidas, além de buscar um consenso, na tentativa de encontrar uma solução eficaz tangente aos dramas encarados por esses cidadãos, no intuito de conquistar uma sociedade apreciadora dos valores éticos e morais. Pondo em xeque essas medidas, será mais fácil libertar o povo da escravidão, contrariando, desse modo, o veredito de Maquiavel.