No filme "Extraordinário", o protagonista, Auggie, evita ambientes públicos por não se sentir bem com seu rosto, que é deformado decorrente de uma doença por ele vencida. Fora do universo cinematográfico, existem situações semelhantes, como os portadores de autismo, que por apresentarem dificuldades em sua comunicação, muitas vezes são marginalizados. Esse problema possui raízes históricas e precisa ser combatido. Na Grécia antiga, os deficientes eram mortos por serem considerados inúteis. Ainda hoje, os autistas, são excluídos de instituições, como as de ensino, por viverem com fala e interação social prejudicadas. Nas escolas, por exemplo, é notório a precaridade de condições para lidar com as exigências da doença. Além disso, os modelos visuais e comportamentais transmitidos pela mídia, que, por sua vez, reforçam os padrões impostos pelo Romantismo, acabam por se tornar uma obrigação. Ser independente e saber se pronunciar são exigências que buscam o ideal romântico. Logo, o transtorno do espectro autista dificulta o cumprimento de tais objetivos, como quando são impedidos de trabalhar por não possuírem escolaridade completa. Portanto, o Governo Federal em parceria com o MEC deve dar a devida atenção para a preparação dos professores, por meio de programas especializados, tornando-os qualificados para lidar com as diversas situações, não só para receber os "especiais", mas também deixá-los confortáveis com sua diferença. A mídia também deve diversificar seus personagens e procurar expor as dificuldades enfrentadas pelos autista. Assim, espera-se que os ambientes públicos se tornem mais convidativos aos portadores dessa doença, visto que, "a violência seja qual for a forma como ela se manifesta, é sempre uma derrota", Jean Paul Sartre.