Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Os dilemas encarados pelas pessoas autistas na sociedade brasileira

Redação enviada em 08/05/2018

Segundo pesquisas realizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a incidência de autismo no Brasil aumentou nos últimos anos, representando 2 milhões de pessoas. Contudo, 76% da população nacional tem total desconhecimento do tema. Tais dados comprovam a preocupante realidade, fruto da negligência social, vivida por essa minoria. Porém, baseado na assertiva de Platão de que o importante não é viver, mas viver bem, a inclusão dos autistas é essencial para que o Brasil se desenvolva de forma mais igualitária e com melhores condições de vida. Nesse sentido, percebe-se que uma mudança no cenário de indiligência em relação à doença é necessária. Sabe-se que grande parte da história do Brasil foi marcada por lutas sociais que visavam garantir a igualdade e exercício de direitos, como o movimento pelo SUS, que facilitou o acesso à saúde no país. Entretanto, nota-se que o preconceito e tabu social a respeito do autismo impedem o engajamento coletivo e, por conseguinte, perpetua-se a insuficiência de recursos remetidos à essa minoria. Assim, o auxílio educacional e tratamento adequados passam a depender do poder aquisitivo das famílias, visto que eles, lamentavelmente, nem sempre são disponíveis no setor público, pela falta de investimentos governamentais. Bom exemplo disso é o fato dos Centros de Atenção Psicosocial (CAPS) não existirem em diversos municípios, o que acentua a desigualdade social proposta por Karl Marx. Outrossim, ainda que a Lei Berenice, responsável pela inclusão do autismo como cota, esteja em vigor, malmente há profissionais e escolas aptas a oferecer isonomia educacional aos portadores da síndrome, já que abordagem do tema nas graduações é escassa. Apesar desse trágico panorama social, os dilemas do autismo na sociedade são corroborados pelo seu recente reconhecimento como doença, em 1993. Com isso, a identificação do transtorno pela família é afetada, principalmente na infância, fase em que os comportamentos são associados a padrões da idade. Somado a isso, há diferentes manifestações do autismo e as causas ainda são pouco conhecidas, dificultando a formação de profissionais e diagnósticos eficientes. Prova disso são os índices da OMS que indicam que 90% dos autistas brasileiros ainda não foram diagnosticados, diminuindo as chances de melhora cerebral. Dessarte, a falta de acesso à infraestrutura e tratamento básicos do autismo continua a acontecer no país, pondo em xeque o direito à saúde, previsto na Constituição de 1988. Logo, para que a inclusão e a garantia de direitos dos autistas não permaneça como um desafio no Brasil, é necessário que todas as esferas sociais se mobilizem. O Conselho de Autorregulamentação Publicitária (CONAR) deve, por meio de todos os canais de comunicação, estimular campanhas publicitárias que abordem o tema do autismo e da importância do diagnóstico precoce, a fim de que os indivíduos informem-se e organizem-se para reivindicar políticas públicas mais eficientes. Além disso, o Ministério da Educação (MEC) deve implantar, em todos os cursos das áreas de saúde e educação, aulas obrigatórias sobre como lidar com o autismo, objetivando oferecer melhor qualidade de vida aos portadores. Por fim, o Ministério da Saúde deve criar um portal online do transtorno no qual as famílias de portadores irão se cadastrar por localização para terem acesso aos pontos de apoio mais próximos e compartilharem as principais dúvidas e experiências. Assim, a teoria descrita por Platão se aproximará da realidade brasileira.