Título da redação:

Os dilemas encarados pelas pessoas autistas na sociedade brasileira

Tema de redação: Os dilemas encarados pelas pessoas autistas na sociedade brasileira

Redação enviada em 05/05/2018

No século XVI houve um redimensionamento da visão com relação á deficiência, que deixou de ser tratada como uma questão moral para ser compreendida por uma abordagem médica. A partir dessa perspectiva, os portadores do espectro autista que antes eram marginalizados, hoje devido á avanços médicos têm a possibilidade de uma melhor qualidade de vida. No entanto, é possível destacar inúmeros desafios no que diz respeito á integração social dos portadores dessa condição visto que as escolas não estão preparadas para tal demanda e a disseminação de visões estereotipadas e segregacionistas ainda são latentes na sociedade civil. Segundo Nelson Mandela, a educação é a maior arma que e pode ter para mudar o mundo. Sendo assim, a escola costuma ser um dos mais importantes ambientes de socialização, por conseguinte, deve ser igualitária e democrática, incorporando a todos os frequentadores sem distinção. Porém, no Brasil, apesar do número significativo de autistas poucos têm acesso á educação de qualidade equiparada a suas necessidades, isso se evidencia no fato de que conforme pesquisa realizada pelo G1 dos 2 milhões de casos de autistas no país apenas 488 estão matriculados em cursos superiores, como consequência dessa lacuna no ensino essas pessoas enfrentam imensuráveis dilemas para encontrar um emprego. Logo percebe-se que o caminho para a inclusão não está em dividir a escola em ''normais/especiais'', a integração só se tornará efetiva a partir do momento que as instituições de ensino comecem a acolher as diferenças, convertendo-se em ''Uma escola para todos e para cada um''. Vale ressaltar também que a propagação de esteriótipos a cerca dessa condição é um fator que colabora para a segregação desses indivíduos. O sociólogo Pierre Bordieu ratifica que a violência aos direitos humanos não consiste somente no embate físico, o desrespeito está sobretudo na perpetuação de preconceitos que atentem contra a dignidade da pessoa humana ou grupo social. Então, ao rotular o espectro como uma deficiência que torna o indivíduo incapaz é extremamente nocivo e errôneo pois estudo médicos provam que os portadores podem ter uma vida normal. De acordo com o sociólogo Emile Durkeim, a sociedade pode ser comparada a um ''corpo biológico'' por ser, assim como esse, composta por partes que interagem entre si. Desse modo, para que esse organismo seja igualitário e coeso é fundamental que todos os direitos dos cidadães sejam garantidos. Portanto, as escolas precisam capacitar os professores, por meio de cursos específicos para que possam lidar de forma adequada com os portadores dessa condição. A mídia, por sua vez, deve cumprir plenamente sua função social desmistificando a doença através de campanhas a fim de erradicar o preconceito e promover uma consciência inclusiva. Outras medidas são necessárias, mas como disse Oscar Wilde '' O primeiro passo é o mais importante na evolução e um homem ou de uma nação''.