Atualmente, em todo o mundo, há uma grande quantidade de pessoas com a síndrome do espectro autista e no Brasil essa realidade não é diferente. Mesmo com a facilidade hodierna em se encontrar informações, a sociedade brasileira ainda sofre com o desconhecimento do tema. Isso faz com que, diariamente, os autistas encarem dilemas na convivência em comunidade. A priori, é válido ressaltar o conceito jurídico de igualdade material, o qual diz que se deve tratar os iguais com igualdade e os desiguais com desigualdades, na medida de suas desigualdades. Isto é, nenhum autista perde direitos por portar esse transtorno e sim possui amparo diferenciado para que seu desenvolvimento seja o mais satisfatório possível dentro de suas limitações. Para assegurar isso, o autismo foi inserido na lei de inclusão da pessoa com deficiência, garantindo-lhes ascensão de direitos e liberdades. Posto isso, tem-se como principal dilema das crianças autistas, infelizmente, a dificuldade de inserção nas escolas, pois muitas instituições de ensino negam a matrícula desses alunos, alegando falta de estrutura para recebê-los. Contudo, é direito do autista a matrícula preferencialmente na rede regular de ensino e é dever da escola, além de matricular a criança, se adaptar ao educando tanto fisicamente quanto em seus materiais didáticos e capacitação dos professores, a fim de proporcionar igualdade de ensino a todos. Outra dificuldade encontrada pelos portadores da síndrome é a participação em sociedade, uma vez que são excluídos, sofrem preconceitos e privação de oportunidades. Tudo isso ocorre pela cultura ignorante da população que evita, muitas vezes inconscientemente, tudo aquilo que se distancia do que é considerado o padrão de normalidade. Lamentavelmente, o que gera isso é a falta de conhecimento e educação sobre o autismo. O Governo brasileiro deve, portanto, por meio do Ministério da Educação, realizar cursos aos educadores, com o objetivo de eles compreenderem mais a síndrome e estarem preparados didaticamente para receber esses alunos. Ademais, juntamente com o Ministério da Saúde, o Governo precisa fazer mais campanhas educativas de longo alcance sobre o assunto, utilizando meios de comunicação de massa como a televisão e internet, para que a população crie mais empatia e possa ajudar a inserir os autistas na sociedade.