De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, em seu artigo 25°, toda pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar saúde e bem-estar, principalmente no que concerne aos serviços sociais básicos. Não obstante, garantir essa assistência para as pessoas autistas representa um desafio a ser enfrentado no Brasil. Isso se evidencia não só pela segregação social devido ao desconhecimento sobre o assunto, mas também pela falta de investimentos públicos nesse setor. No que se refere à segregação social, há uma significativa falta de lugares especializados para a orientação sobre o autismo, o que dificulta a inclusão desse. Segundo Immanuel Kant, filósofo prussiano, em sua teoria do Imperativo Categórico, os indivíduos devem ser tratados não como objetos que possuem valor, mas como pessoas que têm dignidade. Entretanto, sociedade fere o preceito do pensador, na medida em que discrimina os autistas, como em situações que esses não são contratados para o exercício de atividade laboral, em razão de serem portadores de necessidades especiais . Nesse contexto, é inadmissível que em um país tão diversificado, o debate sobre a inclusão do autista seja limitada. Ademais, há um deficit de políticas públicas para a inclusão do autista no Brasil. Segundo estudos publicados pelo jornal Folha de S.Paulo, há uma falta de ambientes com profissionais que auxiliem os portadores a desenvolverem suas habilidades, além de professores auxiliares nas salas de aulas. Assim, é inaceitável que em um Estado, cuja cobrança de impostos é tão alta, possa ter fatores imprescindíveis, como ações governamentais para o autismo, negligenciados. Fica claro, portanto, que os autistas enfrentam problemas para a sua inclusão e desenvolvimento. Desse modo, para que os ideias de Kant sejam concretizados, o governo federal deve criar programas de elucidação social acerca do autismo e de aprimoramento cognitivo, por meio da destinação de verbas públicas para a criação de ambientes especializados, com a contratação de profissionais com qualificação adequada. Espera-se, com isso, que os impasses enfrentados pelos autistas sejam mitigados.