O modernista João Cabral, na obra "Morte e Vida Severina", narrou a impetuosa caminhada dos retirantes nordestinos à uma vida digna e qualitativa. De certo, a dura estrada percorrida pelos autistas em busca de igualdade, seja na educação ou no próprio cotidiano, é análoga a destes. Com efeito, a fim de que essa caminhada seja digna e haja a equidade entre os portadores de autismo e os demais, são imprescindíveis ações do Estado e da sociedade. Basilarmente, pontua-se que, um dos maiores desafios encarados por grande parte dos autistas, situa-se na sua formação educacional. A respeito disso, conforme Paulo Freire, a educação é um pilar fundamental do indivíduo, entretanto, alguns autistas, encontram problemas como a falta de estrutura nas escolas e a ausência de profissionais capacitados na construção desse pilar. Enquanto isso, os alunos "normais" dispõe de um ensino próprio à eles. Nesse contexto, sem acesso a educação de qualidade, vê-se uma face da desigualdade vivenciada pelos mesmos. Outrossim, devido seu comportamento resguardado, os portadores do espectro autista são comumente vítimas de atos intolerantes e tem suas relações sociais prejudicadas. Quanto a essa questão, em comparação à Idade Média, por não ter conhecimento a respeito da lepra, a sociedade separava os que a tinham, porque no prospecto medieval, estes eram amaldiçoados. Mediante isso, da mesma forma ocorre no Brasil hodierno, haja vista que por desconhecimento do espectro, os indivíduos que o possuem são tidos como antissociais e vítimas da segregação social. É evidente, portanto, que existem entraves para que a igualdade entre os autistas e aos outros seja inerente à realidade brasileira. Dessarte, compete ao MEC, a promoção de medidas inclusivas abrangendo tais pessoas, como a capacitação de professores e a estruturação dos ambientes escolares que os receberão, para que eles tenham assim como os outros alunos, um aprendizado qualitativo. É indubitável, também, que ONGs, façam ações sociais e caminhadas, situando a população a respeito do autismo, no objetivo de que todos conheçam-o e introduzam os seus portadores nos círculos sociais. Deste modo, os autistas brasileiros terão uma grande ajuda na sua caminhada à isonomia.