O filme, “Um time especial” (2011), retrata o drama vivido pelo protagonista Mikey, o qual representa um menino autista que sofre discriminação ao ser colocado para compor uma equipe de beisebol. Entretanto, essa lamentável situação é um pequeno reflexo a grande dificuldade enfrentada, diariamente, pelos portadores de Asperger. Nesse sentido, seja devido ao preconceito, seja à falta de escolas qualificadas, as pessoas com autismo são colocadas à margem da sociedade. Diante disso, é indispensável pensar em estratégias para reverter essa realidade. Primeiramente, é notório que o autismo ainda é um tabu entre a maioria das pessoas. A falta de compreensão sobre a doença, o que ela acarreta na vida do indivíduo e como manejá-la faz com que o portador seja estigmatizado como doente mental e incapaz. Todavia, é sabido, de acordo com a Associação Brasileira de Autismo, que a pessoa com a doença pode desenvolver praticamente todas as atividades cotidianas e ocupar cargos em empresas. Destarte, conforme defendido pelo filósofo Mário Sérgio Cortella, é preciso reconhecer o autista como diferente, mas não como desigual e promover a sua inclusão de acordo com suas peculiaridades. Ademais, o país carece de escolas preparadas para receber pessoas com a síndrome de Asperger. De acordo com o pensador Thomas Hobbes, bem como com a Constituição Cidadã do Brasil, é papel do Estado atender as necessidades básicas de qualquer indivíduo, garantindo-lhe o bem-estar social. Contudo, os autistas não são acolhidos plenamente pelos programas políticos, já que não existe a obrigatoriedade, nas escolas tradicionais, da capacitação dos professores para trabalhar com os portadores da doença. Tal fato, diminui as opções de instituições de ensino que o autista pode frequentar, o que o impossibilita de ascender socialmente, pois não consegue completar os estudos e, por conseguinte tem poucas oportunidades de trabalho. Os dilemas, portanto, encarados pelas pessoas autistas na sociedade brasileira permeiam entre o desconhecimento por parte da população e a baixa acessibilidade no ensino. Sendo assim, é interessante que instituições midiáticas promovam propagandas e documentários explicando sobre a doença. Além disso, é importante que as equipes pedagógicas capacitem os professores para trabalharem com os autistas juntamente com os demais alunos. Essa iniciativa pode ser realizada por meio de cursos lecionados por profissionais da área da educação e da saúde, com o objetivo de elaborar estratégias para incluir os autistas nas aulas, bem como esclarecer aos docentes sobre as características da doença. Com essas medidas, mais Mikeys poderão ocupar os diferentes espaços sociais.