O Brasil apresenta em média dois milhões de cidadãos que possuem o espectro autista (autismo), um número considerável da população brasileira. Todavia, esse transtorno é pouco compreendido pela população que, por ignorância, acaba marginalizando esses indivíduos, acarretando na edificação de uma sociedade segregacionista e opressora. O “Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais” (DSM) definiu o Transtorno do Espectro Autista como uma reunião de padrões comportamentais que variam de acordo com os sintomas e os prejuízos gerados na rotina do indivíduo. Os comportamentos mais comuns são as dificuldades na comunicação e interação social, além de apresentarem padrões restritivos, interesse específico em algo, e repetitivos, tais como o movimento de braços, pernas e cabeça. Essas características presentes nos autistas são incompreendidas por grande parte da sociedade que, por não saber lidar com esses aspectos, acabam excluindo esses indivíduos de um convívio social digno e saudável. Esse cenário é acentuado, principalmente, na maioria das escolas do Brasil que, por falta de uma equipe de educadores devidamente qualificados, tratam esse transtorno de maneira equivocada, transmitindo aos alunos uma imagem de discriminação que refletirá em uma série de preconceitos e atos de violência física e psicológica para com os portadores do espectro. Além disso, devido à dificuldade de se relacionarem socialmente e a carência na oferta de cursos qualificados e apoio psicológico profissional que ajude esses indivíduos a superarem as barreiras do espectro, os autistas são comumente excluídos do mercado de trabalho, impossibilitando a aquisição da própria independência. O sociólogo e psicólogo Èmile Durkheim defendia a ideia de que para conhecer e compreender as circunstâncias externas é necessário que o homem olhe para fora de si mesmo, nesse sentido, o cidadão brasileiro precisa observar e compreender as diversidades da sociedade, para que esse quadro segregador que faz com que o transtorno seja cada vez mais tratado com indiferença e desrespeito, deixando-o à margem da justiça e da democracia, seja exterminado. Dessarte, é imperioso que o Ministério da Educação implante nas escolas um programa dentro da área de biologia que vise difundir o conhecimento a respeito não só do autismo, como também de outros transtornos mentais, evitando que qualquer cidadão sofra pela ignorância dos que o cercam. As mídias sociais devem disseminar propagandas alertando sobre os sintomas do transtorno e como eles podem ser lidados. Ademais, cabe a todos o respeito mútuo, pois uma nação é construída a partir de diversas características que tornam cada cidadão único e fundamental para o país.