No Brasil, ocorreu a ampliação da oferta de vagas no ensino básico nos últimos anos, porém a melhor qualificação da escola não foi suficiente para se promover um ensino libertador, visto que a educação, apanágio da elite, foi utilizada durante muito tempo como ferramenta de doutrina e dominação da classe menos favorecida. O educador Paulo Freire na obra “ Pedagogia do oprimido” relata a importância da educação libertadora, capaz de desenvolver a capacidade intelectual crítica do indivíduo e liberá-lo das amarras da opressão. Nesse contexto, o professor é o principal agente dessa educação e sua desvalorização, no país, está alinhada com a necessidade da classe dominante em manter o ensino alienante para salvaguardar a posição privilegiada de poucos. Para isso, os professores, além dos péssimos salários que lhe dificulta a busca por qualificação continuada e a má infraestrutura oferecida para condução do seu trabalho, são frequentemente acusados de manipular os estudantes, como aconteceu no episódio da ocupação das escolas públicas em 2016. Na linha da desvalorização do profissional da educação, o poder executivo emitiu Medida Provisória que altera as bases do ensino sem debater com as classes envolvidas e para piorar excluiu a obrigatoriedade das ciências humanas no ensino médio, reduzindo com isso a carga horária disponível para as matérias as quais representam grande importância na formação crítica do aluno. Desta forma, percebe-se que a pouca importância dada ao professor demonstra o desejo da elite de não qualificar a educação no país. Por isso, urge-se coesão dos profissionais da área assim de se formar uma forte instituição representativa dessa classe profissional, afim de exigir do poder público a valorização da categoria. Adicionalmente, a sociedade deve eleger políticos preocupados com a educação, observando para isso as propostas dos candidatos e seus antecedentes na vida pública.