Título da redação:

O paradoxo do educador: tão importante e tão desvalorizado

Proposta: Os desafios dos professores brasileiros na contemporaneidade

Redação enviada em 02/06/2017

É notável que, no mundo atual, a intensa globalização requer cada vez mais especialização do indivíduo em ordem que ele consiga espaço no competitivo mercado atual. Nesse contexto, os educadores exercem um papel fundamental na preparação dessas pessoas, ampliando seus conhecimentos e oportunidades. No entanto, os professores enfrentam gigantescos desafios cotidianamente no Brasil, seja pela desvalorização estatal ou pelo desrespeito social. Sendo assim, é possível citar o Estado como agente contribuidor da lastimável realidade do corpo docente brasileiro. As péssimas condições das escolas da rede pública, olvidadas pelos governos, carecem de materiais e ambientes básicos, como livros teóricos e laboratórios experimentais, impossibilitando o exercício de uma didática plena pelos profissionais. Em outras palavras, o Estado não disponibiliza locais de trabalho adequados para os professore. Em adição a essa desvalorização do docente, há a baixa remuneração dos educadores, sobretudo, daqueles que trabalham no ensino básico. Em média, um professor brasileiro trabalha 30 horas semanais para ganhar em torno de R$ 1800,00 mensais. Considerando o custo de vida nas principais cidades brasileiras, esse valor mal cobre as despesas. Como reação a toda essa situação, os professores eventualmente organizam greves e protestos, que são logo silenciadas e reprimidas pelo poder público. Todavia, apesar de o governo ser grande responsável por essa conjuntura, ele não é o único. O problema também é interno, isto é, acontece dentro das salas de aula. Nesse sentido, são comuns ocorrências de desrespeito ao professor pelos alunos, seja por agressões físicas, verbais ou, simplesmente, por perturbações nas aulas. Às vezes, tais casos, ocorrem com o aval dos pais e da coordenação escolar, culpando a docência pelo mau comportamento dos alunos ou pelas suas notas baixas, como se toda a educação moral e o desempenho do educando fossem responsabilidades exclusivas dos professores, o que é absurdo, já que a família e o próprio corpo discente também tem esses deveres. Logo, percebe-se que a realidade dos educadores brasileiros é deplorável. Para a reversão dessa conjuntura, é necessário que o Governo Federal reserve para educação uma maior fração da verba pública a fim de melhorar a infraestrutura das escolas e oferecer um salário mais justo a esses profissionais públicos. O Estado também deve, por meio do Ministério da Educação, propor campanhas voltadas para os pais e para os alunos, objetivando explicitar o valor dos professores na sociedade e desconstruir a ideia de que esses profissionais possuem total responsabilidade moral sobre os alunos. Ademais, a população poderia cooperar com essa campanha, divulgando-a pelas redes sociais. Enfim, com essas medidas será possível, em longo prazo, a construção de um país mais preocupado com seu ensino e com seus educadores.