Muito se lê sobre a dificuldade encontrada pelos professores para lecionar nas salas de aula brasileiras nos dias de hoje. Anualmente, 3 mil abandonam seus cargos no Estado de São Paulo. No entanto, para que uma solução seja encontrada, é necessário entender as causas de tanta evasão docente. O desrespeito e a desvalorização do professor pela sociedade têm refletido no âmbito escolar. Educadores sem autoridade, alunos com excesso de poder e coordenações escolares omissas. Em 2012, uma professora universitária foi agredida em classe, questionada pela nota de uma avaliação. A profissional desenvolveu síndrome do pânico e depressão, enquanto a agressora permaneceu estudando normalmente. Além disso, uma pesquisa realizada em dezenas de países pela OCDE (Organização para a Coordenação do Desenvolvimento Econômico) apontou o Brasil como líder mundial em agressão ao professor. Ou seja, a situação é alarmante e os dados estatísticos só crescem. Em 2015, o vídeo de um aluno destruindo toda uma secretária escolar "viralizou" nas redes sociais. O corpo docente da instituição, sem autoridade para controlar o aluno, apenas pôde esperar que os pais chegassem para que repreendessem o filho - o que não aconteceu, pelo contrário. Tendo em vista os dados relatados acima, fica evidente que se faz necessária a execução de uma lei - inclusive com PL já existente desde de 2009, mas que não fora sancionada - que puna, vigorosamente, em casos de agressão ao professor em sala de aula. Sobretudo, é de suma importância a conscientização e a valorização dos professores, não somente desde a base educacional escolar, como também para a sociedade como um todo, através de palestras e campanhas midiáticas. Afinal, como disse Immanuel Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele.