Na obra “O Ateneu”, de Raul Pompéia, é narrada a experiência de vida de Sérgio, que ingressa em um colégio muito respeitado da época, no qual os professores eram bem respeitados e vistos como grandes mestres por seus alunos. No entanto, percebe-se que caso o livro fosse escrito atualmente a realidade poderia ser outra, tendo em vista os desafios que o professor enfrenta diariamente em sala de aula. Dentre eles, destaca-se a violência, a superlotação das salas e também o mau uso das tecnologias pelos alunos. De certa forma, os educadores têm sofrido diversas violências dentro das escolas, principalmente por partes dos alunos. Diariamente, nota-se que casos públicos surgem à tona nas redes sociais, nos quais um aluno agride ou discute com um professor, gerando traumas ao mesmo. A causa disso se deve à falta de segurança nas escolas, ocasionada pelas medidas municipais pouco pensadas, a exemplo do que os governos do Amazonas e de Rondônia instituíram: a inexistência de vigilância presencial nas escolas públicas dos municípios. Além disso, percebe-se que está havendo a superlotação de salas na rede pública de ensino do país, impossibilitando a qualidade do processo pedagógico dos professores. Isso está ocorrendo devido à má gestão dos recursos financeiros dos estados. Um deles é o Estado de São Paulo, que foi denunciado devido ao descaso com as escolas estaduais na Grande São Paulo, em virtude da não aplicação da verba que garantia a manutenção de salas de aula que não podiam ser utilizadas, gerando a superlotação das salas de aula já existentes. Outro fator considerável é o mau uso das tecnologias na sala de aula pelos alunos. Para combater isso, atualmente existem diversos estados da federação que proíbem o uso de equipamentos eletroeletrônicos em sala de aula, todavia, não existem mecanismos que consigam efetivar essa lei, pois os professores não podem ser incumbidos a isso, tendo em vista que podem sofrer diversas ameaças ao apreender, por exemplo, o celular do aluno. Urge, portanto, que o tema seja tratado como um problema de educação pública. Posto isso, o Ministério de Educação deve instituir a obrigatoriedade de vigilância presencial nas escolas e também o tratamento dos profissionais que sofreram traumas, visando à garantia integridade da pessoa humana do educador e também a evitar o uso do celular em sala de aula por meio de uma fiscalização na porta das instituições. Ademais, o Governo Federal deve punir os estados que não aplicarem corretamente as verbas na educação por meio de sanções econômicas específicas. Tudo isso deve ser feito com o fito de garantir a valorização do maior profissional de educação: o professor.