A partir da Constituição de 1988, as áreas de reservas indígenas foram determinadas e, dessa forma, seu aparente respeito. Entretanto, o que se observa, de fato, é um alto descaso governamental com suas terras - visto a grande influência do agronegócio na política - e a falta de conhecimento, por grande parte dos brasileiros, de sua cultura e, dessa maneira, sua vida. Em primeiro plano, ressalta-se a desvalorização dos povos indígenas desde a colonização do Brasil, em que a dominância portuguesa foi imposta e, por consequência, a inferiorização do índio tornou-se uma realidade. Nessa ótica, o interesse dos indivíduos de maior poder sobrepôs-se aos demais, assim como no atual caso de expansão da fronteira agrícola. Políticos ligados ao agronegócio, nesse sentido, são fatores que contribuem para a persistência do descaso com as terras indígenas e, intrínsecamente, com os direitos humanos, visto que tal apropriação fundiária é responsável pela morte de diversas populações autóctones pelo país. A falta de conhecimento de tal povo e sua cultura é uma questão preocupante mediante o panorama contemporâneo. Isso porque, em meio ao caos fundiário, o ensino sobre as diferentes etnias e histórias indígenas é muito restrito à imagem de 1500. Nessa lógica, as escolas, a medida que minimizam tal ensino, corroboram à alienação social em vista da criação de visões estereotipadas e, desse modo, pouco questionadoras acerca da situação vivida pelos mesmos no contexto atual. Logo, a falta de importância do Estado quanto às reservas nativas e o escasso ensino sobre os povos indígenas no país devem ser embatidos. Dessarte, para que os direitos autóctones não continuem a serem negados, é imprescindível que escolas e ONG´S socioambientais procurem criar programas de debates sobre a questão indígena na atualidade, engajadas também com o ensino sobre suas diferentes etnias. Ademais, faz-se indispensável a ação punitiva do governo à tomada de terras, por latifundiários, de territórios nativos. A partir de tais medidas seria possível vislumbrar uma maior igualdade entre as partes.