Título da redação:

Integrar é solucionar

Proposta: A questão indígena no Brasil contemporâneo

Redação enviada em 26/02/2017

De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser compreendida como um “corpo biológico” em constante interação. Dessa forma, para que esse organismo mantenha essa relação igualitária e coesa, é essencial que os direitos de todos os cidadãos sejam assegurados. Contudo, no Brasil, isso não ocorre, dado que no século XXI, os indígenas ainda são vítimas de exclusão social. Esse quadro de persistência de discriminação com esse grupo social é fruto, principalmente, das raízes históricas do colonialismo e da insuficiência do poder público de inserir esse grupo étnico no âmbito social. Ao longo da formação do território brasileiro, a marginalização do índio sempre esteve presente, visto que eram escravizados e torturados, tratados pelos europeus, como seres inferiores e passíveis de dominação. Somado a isso, a catequização e a imposição cultural sobre os indígenas contribuíram para uma forma de dominação cultural, onde o colonizador se vê encarregado da tarefa de libertar esse povo primitivo de sua própria ignorância, aplicando os conceitos da visão eurocêntrica, tendo como resultado o nativo desprovido de sua identidade cultural. Por outro lado, as políticas públicas que visam a inserção social desse povo são pouco eficazes, já que, hodiernamente, os indígenas são alvos constantes de discriminação e exclusão social, como no mercado de trabalho, onde a perspectiva de crescimento desses dentro de uma empresa é menor que a de um branco. Convém ressaltar, ainda, o estereótipo criado e mantido pela mídia com relação a essa comunidade, uma vez que utiliza-se de certas propagandas e charges para denegri-los, insinuando que são atrasados por defenderem suas raízes culturais. Em certa medida, a reação aos avanços nas políticas públicas voltadas à igualdade étnica e inserção social, nos últimos anos, tem sido positiva, porém, fica evidente a necessidade de se ampliar o combate à desigualdade. Fora os projetos já em vigor, o governo deve investir no ensino fundamental público, um campo fértil para a discussão do preconceito em relação ao índio, por meio da realização de palestras e projetos temáticos, tendo em vista que esse período é o início da formação moral e ética do indivíduo. Por fim, a escola e a mídia devem conscientizar as pessoas sobre a igualdade entre as raças, a fim de promover a integração das minorias à sociedade e diminuir, cada vez mais o preconceito herdado dos nossos colonizadores.