No livro Iracema, de José de Alencar, Iracema, uma indígena, representa a subordinação dos índios perante os colonizadores portugueses. Hoje, no Brasil, a situação dos indígenas está ainda pior, os nativos são invisíveis frente à sociedade, e seus direitos estão cada vez mais sendo negligenciados. Ademais, observa-se que o problema abordado têm raízes históricas e, como se não bastasse, a falta de amparo político agrava a situação. Em primeira análise, é possível afirmar que raízes históricas ajudam a fundamentar os estereótipos criados sobre os indígenas. Visto que, com a evolução e modernização da sociedade brasileira, os índios, os quais tentam manter os seus hábitos e costumes, passaram a ser vistos como uma sociedade atrasada e primitiva. Dessa forma, como consequência, essa visão etnocêntrica vem sendo passada através de gerações, fato esse que pode ser ilustrado com a teoria do sociólogo Durkheim, intitulada fato social, no qual afirma que a sociedade é moldada por fatores externos e coercitivos. Em segunda análise, é possível afirmar que a falta de amparo político agrava a situação. Uma vez que os direitos dos índios, garantidos pela constituição de 1888, são cada vez mais negligenciados pelos governantes. Isso se deve, em suma, por pressão ou pela presença de ruralistas na bancada do governo, no qual veem os nativos como empecilho para expansão econômica, pois alguns direitos desses povos, a exemplo das terras para reservas indígenas, podem atrapalhar os interesses dessa minoria. Logo, diante do supracitado, é evidente que medidas devem ser tomadas a fim de tirar os índios da marginalização. As escolas, desde o nível fundamental, em matérias das ciências humanas, devem mostrar o valor da cultura indígena para os estudantes, ajudando assim a tirar os estereótipos criados pela sociedade. O Governo Federal deve ajudar financeiramente as comunidades indígenas que queiram se manter em isolamento e auxiliar temporariamente os nativos que desejam se inserir na sociedade, através de bolsas de estudo e moradia. O Ministério Público, em parceria com ONG's indígenas, deve fiscalizar arduamente se os direitos dos índios, garantidos por lei, estão sendo devidamente cumpridos pelas autoridades.