Desde a chegada da esquadra de Cabral ao que viria a ser o Brasil, em 1500, até altos do período imperial , a população indígena brasileira foi intensamente massacrada e teve muitas de suas terras ocupadas pelos portugueses. Após tanto tempo de sofrimento, a constituição de 1988 garantiu alguns direitos essenciais aos mesmos, como o direito à terra e à integridade cultural, por exemplo. Entretanto, o que se percebe, atualmente, é que, mesmo ante tantos avanços no que tange à sua situação, os índios ainda enfrentam graves problemas, como impasses com fazendeiros e posseiros e a insuficiência dos subsídios governamentais. O filme “Terra Vermelha”, de Marco Bechis, mostra, de forma clara, a situação compartilhada por milhares de indígenas brasileiros. Em primeiro plano, se expõe a situação de carência na qual muitos deles vivem, o que, por vezes, incentiva o suicídio entre os mesmos, o que é confirmado pelos altos índices de mortalidade por tal motivação. Também é retratada a fuga de muitas dessas pessoas para locais com melhores chances de sobrevivência, geralmente propriedades de fazendeiros, de onde são violentamente expulsos. Ainda nesse contexto, vale citar a PEC 215, aprovada pela câmara dos deputados no início de 2016. Esse projeto de emenda constitucional visa a supressão de vários direitos dos índios garantidos pela constituição, como a expansão das terras destinadas aos mesmos, por exemplo. Isso de deve, em grande parte, às pressões da bancada ruralista, comissão da câmara formada por grandes latifundiários. É perceptível, portanto, que a questão indígena brasileira é resultado do descaso para com essas pessoas por parte do governo somado à ameaça que representa a PEC 215. Assim, torna-se necessário o investimento do governo em insumos destinados a essa população, como alimentos e remédios, que podem vir, também, de doações de pessoas e instituições. Além disso, é preciso que o congresso nacional, como representante do povo, o que inclui os índios, não aprove essa PEC, que trará sérias consequências a esses povos se aprovada. Dessa forma, estará assegurado que o primeiro povo ocupante do território nacional não ficará, em pleno século XXI, em último lugar nas prioridades da nação.