Cocais, tangas e tintas no corpo. Essa é a caracterização da tradicional fantasia indígena utilizada no Carnaval brasileiro, a qual retrata o índio como figura caricata e atrasada, aplicando nos tempos atuais, uma ótica europeia originada no século 16. Ademais, concentrados no Norte e Nordeste, cujas regiões há a maior ocupação indígena, os aborígenes são mantidos na margem da sociedade, uma vez que não há políticas a fim de os reinserir no meio social, apenas a adaptação do indígena nos costumes ocidentais. A ida de índios brasileiros ao I Congresso Indigenista, no México, marcou a data de 19 de abril de 1943, como "O Dia do índio", decretado por Getúlio Vargas. Contudo, só houve direitos reconhecidos por lei na constituição de 1988, não impedindo, porém, a invasão de latifundiários em propriedades aborígenes e as expulsão dos índios de seus locais nativos para a construção de hidréletricas, por exemplo. Por conseguinte, visto que não há realocação necessária, muitos acabam por migrar para meios urbanos e sofrem com exclusão no meio social. 137 índios morreram no Brasil em 2014, de acordo com o Conselho Indigenista Missionário. Todavia, embora a ONU (Organização das Nações Unidas) tenha alertado para as inúmeras mortes de indígenas no país, há grupos paramilitares que agem a mando de fazendeiros. Estes dados comprovam uma prática genocida indígena ainda presente, resultante de uma não homologação de terras nativas e a fraca fiscalização. Portanto, constata-se que se trata de uma questão cultural acerca de conceitos etnocentristas vindos de outros séculos. Dessa forma, se faz necessária ações conjuntas entre o Ministério da Educação e a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) em colocar no currículo escolar a história indígena, com objetivo de desmitificar estereótipos, também, uma lei de punição para grandes empresários agrícolas que não respeitarem a demarcação de terras indígenas e políticas de realocação para nativos que perderam seus territórios para as construções urbanas.