Título da redação:

Espelho de uma história sangrenta

Proposta: A questão indígena no Brasil contemporâneo

Redação enviada em 23/10/2017

Na primeira geração da literatura romântica brasileira, autores como José de Alencar evidenciaram o índio como o herói de nossa pátria em suas obras. Entretanto, oposto a realidade, os indígenas foram dizimados ou “aculturados” no período colonial e carregam, ainda hoje, a cruz desse processo histórico. Estes impasses permanecem tanto pela negligência do poder público quanto pela imperícia de uma formação educacional crítica sobre este povo e sua cultura. É pertinente elencar que o descaso dos órgãos governamentais somados a corrupção no Brasil torna o assunto abordado ascendente. O artigo 231 da Constituição Federal Brasileira, garante aos índios a permanência em suas terras e o direito de cidadania. Não obstante, latifundiários aliados a políticos excluem diariamente este direito, tirando-lhes de suas terras e posses, visando o enriquecimento com a agricultura, pecuária e extração; evidente nos casos hodiernos de violência contra tribos indígenas reportados nos noticiários brasileiros. Destarte, esta negligência enfatiza a desvalorização da importância indígena no Brasil e a necessidade intrínseca de cumprimento as leis vigentes. Outrossim, o preconceito atrelado a insuficiência educacional também possui raízes nesta problemática. Historicamente, com a chegada dos colonizadores portugueses, Pero Vaz de Caminha envia uma carta ao rei dizendo-lhe sobre suas “vergonhas às mostras”, falta de fé e de poder dos nativos, deixando implícito o preconceito e a noção de superioridade perante este povo. Hodiernamente, não muito diferente da época, é dado aos indígenas o estereótipo selvagem e não civilizatório. Este problema é ocasionado desde a infância à medida que o índio é apenas representado uma vez ao ano nas escolas brasileiras – dia 19 de abril-, além de, na sua maioria, serem tratados com uma visão eurocêntrica nos livros didáticos e músicas. Por consequência, as crianças e jovens reproduzem e naturalizam a preconcepção ao longo da vida. Faz-se necessário, portanto, medidas que visem opor-se ao hostil histórico que os indígenas defrontaram e carregam até os dias atuais. Para isso é necessário que os órgãos governamentais e judiciais fiscalize as intromissões de aristocratas nas terras indígenas, tornando mais severas as punições para quem não exercer efetivamente a legislação, a fim de afirmar o direito dos nativos garantidos por lei. Além do mais, é necessário que o Ministério da Educação atrelado ao da Cultura insira no currículo escolar o estudo aprofundado sobre a cultura do índio, e promova visitas a museus, palestras informativas e debates; além de introduzir cada vez mais cotas indígenas nas universidades e concursos. Tudo isso, torna-se imprescindível na busca por comprovar e exaltar a importância da cultura indígena na formação histórica, social e cultural brasileira.