No decorrer do século XIX, expoentes da literatura como Gonçalves Dias e José de Alencar, em busca de uma identidade nacional, escreveram obras que valorizavam a imagem do índio. No entanto, atualmente, nota-se a inquestionável segregação sofrida pelos indígenas, além dos constantes conflitos a este povo, devido, principalmente, às demarcações de terras e à inclusão desses na sociedade. Desde a colonização do Brasil, os índios sofrem invasões constantes as suas terras de origem, representando atualmente apenas 0,4% da sociedade brasileira, segundo a Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Analogamente, é perceptível o aumento de conflitos territoriais indígenas devido, principalmente, ao não cumprimento das leis por parte da elite agrária que em busca de expansão de terras para o agronegócio invadem as terras nativas. Entretanto, a intolerância sofrida pelos indígenas ainda é notória, visto que o processo de aculturação indígena é forte, no qual 51% da população indígena oculta sua origem em centros urbanos, segundo IBGE. À vista disso, é evidente que a escassa representatividade dos nativos na Assembleia Legislativa corrobora para transgressão dos direitos garantidos por lei a este povo, pois, dessa forma, a maioria dos índios não exerce seu papel na cidadania brasileira e, por conseguinte, ficam restritos aos seus direitos. Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. Dessa forma, torna-se necessário a aprovação do Estatuto dos Povos Indígenas, por meio do Poder Legislativo, criando novos critérios tanto em relação as áreas demarcadas para os índios, bem como à forma que esses poderão viver e explorar de maneira sustentável seus territórios. Ademais, é necessário que o Governo Estadual, juntamente com o Poder Executivo, proporcione maior abertura para a entrada de representantes indígenas nas assembleias constituintes por meio de visitas as tribos para conscientizá-los de seus direitos e deveres, de modo que esses possam reivindicar suas garantias de acordo com A Declaração Universal dos Direitos Humanos.