No decorrer do século XIX, expoentes da literatura como Gonçalves Dias e José de Alencar, em busca de uma identidade nacional, escreveram obras que valorizavam a imagem do índio. No entanto, atualmente, nota-se a indubitável segregação sofrida pelos indígenas, além dos constantes conflitos a este povo, devido, principalmente, às demarcações de terras e à inclusão desses na sociedade. Constituinte da identidade histórica e diversidade brasileira, os índios permanecem lutando constantemente pela manutenção de seus direitos, mesmo os básicos, como direito às suas terras de origem. Segundo a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), a população indígena atual representa apenas 0,4% da sociedade, decorrente, especialmente, ao não cumprimento, por parte da elite agrária, da regulamentação das áreas nativas, que, em busca de expansão de terras, invadem os territórios causando sofrimento e morte dos índios, como ocorre frequentemente no Mato Grosso do Sul. Desde o início da colonização do país, evidencia-se significativa intolerância à comunidade indígena. Não obstante, no Brasil contemporâneo, os indígenas sofrem, como no passado, forte pressão para que se adaptem a cultura ocidental, julgados, muitas vezes, "selvagens" pela sociedade. Além disso, a sua escassa representatividade na Assembleia Legislativa corrobora para transgressão dos direitos garantidos por lei a este povo. Dessa forma, torna-se necessário a aprovação do Estatuto dos Povos Indígenas por meio do Poder Legislativo, criando novos critérios tanto em relação às áreas demarcadas para os índios, bem como à forma que esses poderão viver e explorar de maneira sustentável seus territórios. Ademais, é necessário que o Governo Estadual, juntamente com o Poder Executivo, proporcione maior abertura para a entrada de representantes indígenas nas assembleias constituintes, de modo que esses possam reivindicar seus direitos de acordo com A Declaração Universal dos Direitos Humanos.