Com a Carta de Pero Vaz de Caminha, o primeiro documento escrito da história do Brasil, foram registradas suas primeiras impressões sobre a Terra das Palmeiras e seus habitantes, os índios. De acordo com a visão imperialista lusitana, esse povo precisava ser civilizado; dessa forma, a cultura europeia foi sobreposta à indígena e milhares de nativos foram dizimados. Embora a colonização tenha acabado, a mentalidade que vê o "civilizado", o urbano, como superior ao "selvagem" ainda se mantém em nossa sociedade atual, assim, os índios continuam perdendo suas terras e são marginalizados. É preciso reavaliar essa situação, visto que a cultura indígena é parte formadora de nossa identidade. Primeiramente, o reflexo histórico da colonização contribui, até hoje, para que os índios sejam colocados em segundo plano na sociedade. A partir da opressão dos portugueses sobre os nativos, o catolicismo e a língua portuguesa foram impostas, sobrepondo as diversas religiões e variações linguísticas indígenas já existentes. Desse modo, causaram o constante extermínio da cultura nativa que ocorre, ainda em nossa época atual, contribuindo para que a população tenha uma visão estereotipada e folclórica acerca de grupos indígenas. Além da questão cultural, os índios ainda tem de lutar pelo seu território. Dado que, a bancada ruralista do Brasil, para expandir seus interesses no agronegócio, tomam as terras nativas, assim aumentam suas fronteiras agrícolas, bem como seus lucros também. Esse cenário faz com que milhares de tribos sejam eliminadas, contrariando os Direitos Constitucionais que asseguram o direito dos índios sobre as terras tradicionalmente ocupadas. Já que muitas tribos perdem suas terras, realizam trabalho escravo nos latifúndios dos ruralistas, como tentativa de sobrevivência. Portanto, percebe-se os contantes desrespeitos aos povos indígenas. A fim de que essa situação mude, não podemos mais encará-los como "selvagens", negando-os voz, identidade e terra. Como papel importante na formação do indivíduo, as escolas devem promover aulas e debates, para que os pré-conceitos sobre os nativos sejam revertidos. O Governo, com o objetivo de assegurar a proteção às terras, deve impedir que o agronegócio avance nas áreas, demarcando-as e punindo os que infringirem a lei. Ademais, a mídia em parceria com a FUNAI, devem elaborar campanhas de conscientização, para que o público tenha acesso a informação sobre a cultura indígena. Dessa forma, a herança colonial será superada e os índios receberão o respeito que merecem.