Título da redação:

Cidadão: índio

Proposta: A questão indígena no Brasil contemporâneo

Redação enviada em 31/08/2017

Desde o contato com os brancos portugueses, os indígenas brasileiros sofreram explorações físicas e tiveram seus aspectos culturais subjugados diante da cultura europeia. Da catequese difundida por jesuítas, com intuito distorcido de salvação, até as Bandeiras para a captura dos índios, constroem-se bases aos desafios históricos. Hoje, o Estatuto do Índio tem o objetivo de garantir os direitos de cidadania e proteção, demonstrando grande avanços à construção social.No entanto, o respeito às terras indígenas e a garantia efetiva de saúde, por exemplo, remontam a exploração e o esquecimento de séculos sem o respaldo à dignidade indígena. É válido lembrar, de início, que a criação de Parques Indígenas, como o do Xingu, serve para proteção de diversas etnias. Devido a isso, os direitos dos índios ganham força e visibilidade social. Porém, interesses econômicos, seja pelo setor da agropecuária ou pelo minerador, culminaram na PEC 2015. Essa pode impactar na demarcação de novas áreas e significar o retrocesso do direito à terra pelos nativos. A partir disso, embates violentos são vistos, tornando Brasil líder na violência por conflitos agrários nos quais, segundo a Global Witness, 40% dos assassinados são índios. Logo, a não garantia de reservas indígenas contribui ao indiocídio que não deveria ser realidade no Brasil democrático. Além disso, as vulnerabilidades específicas de cada etnia indígena não são supridas em relação ao fornecimento de saúde. De acordo com a ONU, os profissionais da saúde não possuem aptidão para manter um contato integrado com a cultura, visão de mundo e realidade dos povos nativos. Nesse contexto, a AIDS é uma das maiores preocupações que exige intervenções específicas ao combate, já que o acesso ao preservativo e seu uso pode não ser tão comum nas aldeias mais isoladas. Assim, um tratamento intercultural e a manutenção dos direitos humanos deficitários são colocados à prova e impõem desafios ao bem-estar dos nativos. Portanto, a exploração e a falta de respeito com o contexto de vida e com as terras indígenas são provenientes da história brasileira que apesar de um relativo com combate precisa de mais atenção. Para haver novos avanços, o governo federal, junto ao Estatuto do Índio, deve promover medidas didáticas visando informar os índios a respeito de seus direitos, por meio de palestras e apoio social humanizado. A classe artística atrelada a projetos , como o movimento indígena, devem propagar a necessidade da demarcação de terras para a prevenção de violência e preservação cultural pelos documentários engajados, por exemplo. Por fim, o Ministério da Saúde , através de cursos específicos, deve conscientizar, tornar aptos e incentivar os profissionais para poderem realizar um trabalho mais humanizado em relação ao grupo dos nativos. Assim, o índio brasileiro terá a sua dignidade cidadã garantida.