Brasil: um país de todos? Não é de hoje que existem conflitos entre o homem branco e o indígena brasileiro. Desde a primeira vinda dos portugueses ao Brasil em 1498, sempre houveram diversas divergências. E, com o avanço do europeu em nossas terras, a miscigenação de raças, etnias e culturas atrelado à tomada de terras tupis foi imprescindível. Fazendo assim, com que cada vez mais, o nosso herói nacional, ilustrado pelo indianismo, fosse perdendo espaço no país. E, a falta de representatividade em uma nação, gera diversas problemáticas, entre elas a invisibilidade social, o preconceito e o genocídio. Com isso em mente, a valorização da cultura do índio em nossa sociedade junto com uma maior representatividade política são formas de retardar esse processo de descaso com o nosso protagonista. É importante salientar, primeiramente, a enorme imperceptibilidade do índio em nosso país. Milhares de crianças só lembram do índio no dia 19 de Abril, logo após isso, esquecem. Um maior diálogo sobre essa minoria social por parte da família seria uma forma de valorizarmos mais nossas raízes. Pois como afirma o médico Içami Tiba: "Educar dá trabalho. Mas é um trabalho que dá bons frutos". Em outras palavras, se educarmos nossos futuros cidadãos para que possam aprender a olhar com empatia os nativos, poderemos então inibir toda essa invisibilidade e todo esse preconceito hodierno que possui suas raízes históricas. A falta de políticas públicas que garantam educação e saúde de qualidade aos índios são outros fatores que também os levam à exclusão social. Como contestado no artigo 5° de nossa constituição "todos são iguais perante a lei", logo, o reconhecimento de terras por parte do governo e uma maior representação indígena na política, são formas de assegurar maior direito aborígene em terras tupis. Infere-se, portanto, que o descaso social com o indígena no Brasil é um problema que possui raízes históricas, mas que nunca foi levado a sério. A falta de expressão do índio na sociedade pode levar a invisibilidade, ao preconceito e ao genocídio, destarte, uma maior educação social familiar e uma maior representatividade e influência aborígene na política são meios de retardar esse processo criminoso. Porque os índios precisam ser tratados como parte da população brasileira com direitos e deveres e não como uma categoria transitória, fadada ao desaparecimento. Se fizermos isso, talvez um dia, eu possa dizer que o Brasil é realmente um país de todos.