Não é de hoje que a população indígena brasileira sofre problemas para se afirmar socialmente e culturalmente perante os outros grupos étnicos do país. A luta longa e fervorosa por direitos, como o reconhecimento de terras exclusivas para uso indígena, surtiu efeito, mas somente no papel. Tais desafios de autoafirmação devem-se a vários fatores, e dentre esses faz-se imprescindível destacar o etnocentrismo e a degradação ecológica feita pelas atividades agrícolas. O etnocentrismo, ato de desqualificar as outras culturas perante a sua, tem um grande destaque na história indígena. O processo de aculturação imposto pelos portugueses à cultura dos nativos brasileiros no período colonial ilustra bem os problemas que esse grupo étnico enfrentou, sendo observado mais precisamente nas ações da Companhia de Jesus, com a imposição da religião católica aos índios. Atualmente esse cenário continua acontecendo, contudo, os autores desse processo de aculturação são agora as culturas de massa advindas do modelo econômico capitalista, que acabam por ''engolir'' mais ainda as raízes culturais indígenas. A agricultura é, notoriamente, uma das atividades econômicas mais devastadoras do meio ecológico brasileiro, e ao inseri-la no contexto indígena, essa se torna também uma atividade degradante culturalmente, tendo em vista que suas ações de desmatamento florestal tem como consequência o êxodo desse grupo étnico em direção ao perímetro urbano. Nas cidades, os povos nativos estão sujeitos à diversas situações, como o consumo de drogas, a exploração de trabalho, a exploração sexual, entre outros, pelo fato de desconhecerem os perigos da vida urbana. Faz-se oportuno, portanto, que o Ministério da Educação e Cultura exija a maior abordagem dos valores indígenas nas escolas, visando o respeito da população para com esse grupo. Faz-se necessário também, uma maior fiscalização sobre as fronteiras agrícolas e os desmatamentos florestais, em conjunto com um aumento de punição àqueles que violarem essas leis. Por fim, cabe ao Governo Federal a elaboração de programas que busquem uma maior inserção social dos grupos indígenas, como a maior disponibilidade de cotas nas universidades, a criação de espaços de acolhimento e possíveis gerações de empregos para aqueles que foram expulsos de sua aldeia, entre outros.