Título da redação:

Anseio nacionalista barretiano

Proposta: A questão indígena no Brasil contemporâneo

Redação enviada em 03/06/2017

No início do século XX, o escritor Lima Barreto, em sua obra "Triste Fim de Policarpo Quaresma", revelou, por meio do protagonista, anseios ultranacionalistas. Reconhecendo o valor da cultura indígena, ele afirmou que a língua oficial do país devia ser o tupi-guarani. Porém, no Brasil hodierno, o indigenismo tem sido desvalorizado e olvidado, assim como a sua cultura e origens, seja por reflexos historiográficos, seja pela ineficácia das entidades responsáveis. Atendo-se a um viés histórico da questão, essa desvalorização aos índios iniciou no século XVI. De acordo com Martin Luther King, ativista político, o silêncio dos bons assusta mais que o grito dos maus. Partindo desse preceito, a colonização, com ação dos padres jesuítas e o darwinismo social europeu, visto nas relações de escambo, fez com que a cultura e crenças indígenas fossem diluídas. Traços do ocorrido nesse período são vistos no fato de restarem apenas, segundo o Censo realizado em 2010, pouco mais de 890 mil índios no Brasil, apenas 0,47% da nação. Por conseguinte, agiria como forma de refrear tal erro histórico, a disseminação, proposta pelo MEC, de cartilhas educativas pela população. Outrossim, é cabível ressaltar que, atualmente, o indigenismo e seu patrimônio histórico-cultural devem ser assegurados por lei. A FUNAI, órgão responsável desde 1967, após a criação de uma cláusula pétrea que a rege, deve organizar e reafirmar a cultura indígena brasileira. Além disso, também é dever da Fundação garantir ao índio direito à cidadania. Todavia, graças à globalização e à revolução técnico-científica, a população aborígene, com o passar dos anos, diminui paulatinamente. Dessarte, devem existir centros de apoio, em um conjunto governo-ONG's, responsáveis por dar suporte civil e humanitário com ações afirmativas voltadas para a questão do índio no Brasil, a fim de garantir a jurisprudência e a reafirmação cultural para essas pessoas. Em vista disso, contempla-se que a intempérie histórica, apesar de incentivos governamentais com criação de leis e órgãos, não foi resolvida. Utilizando-se da afirmativa do filosofo Paulo Freire: "se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda", outras ações passíveis à aplicação são: criação de disciplinas de educação indígena nas escolas, partindo do MEC, e a maior representatividade na mídia desse povo, como forma de reiterar a identidade dessa população, tão importante na formação do território nacional.