Na Primeira Geração Romântica, os autores brasileiros buscavam uma identidade nacional e, assim, encontraram na figura do índio – visto pelo olhar do outro e de maneira idealizada -a concretização dessa busca. No entanto, essa valorização ficou apenas no papel, haja vista que, em pleno século XXI, ele continua a ser enxergado de maneira superficial e preconceituosa. Desse modo, faz-se necessário encontrar meios que possibilitem mudanças acerca dessa realidade. Primeiramente, é fundamental analisar a herança histórica que contribui para a supressão do índio. Em seu primeiro contato com o que viria a ser chamado Brasil, os portugueses- sob um olhar etnocêntrico- viram no povo indígena uma comunidade que estava imersa no passado e, por isso, eram tidos como inferiores. Essa visão subjugada perdura até os dias atuais, quando, mesmo de forma inconsciente, a sociedade rotula a cultura indígena como selvagem. Ademais, tudo o que a maioria conhece sobre esse grupo social é demasiadamente simplista e fragmentado. Nesse sentido, a formação escolar colabora para que haja, muito mais do que segregação, uma anulação do índio e suas tradições. Na maioria das vezes, o único contato que o aluno tem com a história desse povo é no Dia do Índio e, ainda assim, de forma errônea. Não é à toa, que a base para se entender a diversidade indígena é tão ínfima. Nesse viés, já dizia Machado de Assis que o menino é pai do homem, ou seja, valores equivocados como esses, aprendidos por meio da família e da escola, tendem a se tornarem condutas comportamentais do indivíduo na vida adulta, propiciando um ciclo vicioso de preconceitos e discriminações. Torna-se evidente, portanto, que a sociedade brasileira necessita emancipar-se da caverna da ignorância, tão defendida por Platão, assim, o Legislativo deve colocar em pauta na Câmara a questão indígena, procurando medidas que possam protegê-los de forma real. Ademais, órgãos, como a FUNAI, precisam ser fortalecidos por meio de recursos e boas gestões. Igualmente, Mídia e ONG’s podem auxiliar na conscientização da população, trabalhando, respectivamente, mediante ficções verossímeis e palestras com antropólogos, a importância do índio para a formação brasileira. Por último, o Ministério da Educação deve reformular parcialmente a grade escolar, incrementando o estudo da cultura indígena em sua multiplicidade.