Na metade do século XVI, o humanista francês Michel de Montaigne escreveu em sua obra “Dos Canibais”, sobre povos da França Antártica que tinham costumes próprios e bastante distintos dos europeus. Essa população encontrada por Montaigne eram os índios do Brasil que, após séculos, ainda habitam o território brasileiro. Entretanto, sua presença no país é uma constante resistência aos desafios encontrados por esses povos indígenas na contemporaneidade. Decerto, a proteção dos nativos presentes no Brasil é de extrema importância para a preservação de suas tradições e da diversidade cultural do país. Apesar disso, embora sua relevância seja um fato, alguns grupos ignoram essa realidade e priorizam seus interesses capitais sobre os direitos dos indígenas. Prova disso é a luta do povo Guarani-Kaiowá, do Mato Grosso do Sul, que sofrem violenta opressão sobre suas terras e perderam algumas de suas posses para fazendeiros da região. Ademais, o fator que explica o desrespeito aos nativos é a visão etnocêntrica construída culturalmente no país, que julga o índio como um ser inferior e não civilizado. Por consequência disso, o período Colonial marcou-se por genocídios de comunidades indígenas que, só obtiveram uma resposta muito tardia, com a criação da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) em 1967 que, apesar de existir como proteção, ainda não recebe total apoio do Governo. Portanto, são necessárias medidas para atenuar as adversidades dos indígenas no Brasil. Por isso, o Poder Executivo deve reforçar com investimentos para o bom funcionamento da FUNAI, para que possa garantir a proteção das terras e cultura dos índios no território brasileiro. Além disso, para desconstruir a visão etnocêntrica enraizada culturalmente, é importante que o Governo Federal crie campanhas de valorização à cultura indígena no país, através de projetos de conscientização realizados em escolas públicas e privadas, aplicadas pelo corpo docente do ensino fundamental ao médio.