No século XVI a instituição familiar tinha muita importância por formar o caráter dos futuros herdeiros do trono real, assim como de qualquer indivíduo. Atualmente as tecnologias manipulam o livre arbítrio de muitas pessoas, provocando uma ruptura nos laços afetivos, fatores responsáveis por constituírem a identidade do ser humano. Diariamente a maioria dos habitantes são bombardeados por informações. Segundo o sociólogo Zygmunt Baumam, o modo de vida contemporâneo denuncia as relações líquidas, aquelas pelos quais a solidez tradicional cedeu espaço a formas mais superficiais de interação. Isso explica o distanciamento entre pais e filhos porque ambos estão ligados aos seus grupos virtuais justamente por eles retirarem o ônus do contato físico e os problemas advindos deste. Pode-se ressaltar que o fenômeno dos Tablets, da internet e dos aplicativos afeta o convívio entre membros em boa parte dos lares brasileiros. Trata-se de algo imposto não só pela mídia mas também pelas novas configurações do século XXI e que tem poder não só de cativar como de gerar dependência. Desse modo, tal dinâmica dificulta a ocorrência do diálogo, do carinho e até mesmo da imposição de regras pelos pais, fazendo-se necessário não só a veiculação de campanhas de conscientização nas escolas e nos órgãos públicos como também utilização das próprias ferramentas tecnológicas para debater e levar conhecimento a cerca do tema na sociedade.