Título da redação:

Famílias Líquidas

Proposta: Os desafios do relacionamento familiar no contexto das novas tecnologias

Redação enviada em 06/09/2017

A dissolução das relações pessoais é algo já comum em meio à nossa sociedade. As inovações trazidas na modernidade agregadas às demandas da globalização transformaram a forma com que nos comunicamos com o mundo e com que nos expressamos, assim, também fez com que as relações pessoais se modificassem. O distanciamento advindo dessa necessidade de se estar conectado ao mundo o tempo todo reflete nos novos laços familiares: mais frágeis e superficiais. Dentre os milagres trazidos pela Era tecnológica, o dinamismo imediato da informação é uma das grandes engrenagens para a reformulação das necessidades contemporâneas: nunca foi tão importante saber o que acontece. Assim também, essa urgência pelos fatos está presente nos relacionamentos humanos, implícitos nas relações sociais estruturadas e firmadas nas plataformas online, tais como grupos de trabalho e família no WhatssApp ou discussões entre amigos sobre eventos no Facebook. A esfera social dos indivíduos passou a ter uma demanda que extrapola o comparecimento presencial, mas requer também o virtual. A análise de Zygmund Bauman, Modernidade Líquida, traduz esse olhar, retificando a fluidez das ações e incerteza, além da falta de consistência nas interações presentes no cotidiano. Dessa forma, inserindo essa realidade ao contexto familiar, é possível compreender lacunas entre os entes devido à preocupação individual com sua própria reputação social. Conectados a universos distintos, distanciam-se uns dos outros e criam laços superficiais baseados em diálogos curtos no convívio diário, o que antes não ocorria devido à inacessibilidade aos dispositivos móveis de acesso à internet. Tendo como base todos esses fatores, é imprescindível que hajam transformações nos hábitos familiares em resposta à nova configuração do cotidiano. Para isso, uma medida plausível seria a elaboração de um cronograma familiar em que exista uma hora exclusiva à convivência e compartilhamento entre os familiares, excluindo o uso de quaisquer meios tecnológicos. Também é interessante que exista um programa proposto pelo Ministério da Educação e da Cultura em parceria às prefeituras municipais, de incentivo à prática de atividades coletivas em parques e áreas abertas estimulando o convívio e participação conjunta dos membros em um momento lúdico de descontração.