Com o advento da globalização, novas tecnologias surgiram trazendo benefícios que facilitaram a vida das pessoas. Todavia, é indubitável que, atualmente, o uso exacerbado e descontrolado desses dispositivos tem crescido e prejudicado o relacionamento familiar. Com isso, surge a problemática da rasa comunicação, gerando uma liquefação dessa instituição social. É notável que estar conectado á internet, seja por smartphones ou notebooks, se tornou uma ação inerente à sociedade moderna. Como resultado, está havendo um distanciamento familiar, pois os filhos passam horas em redes sociais e aplicativos, enquanto os pais fazem dos lares extensões de seu trabalho, utilizando as tecnologias para resolver pendências do serviço. Sendo assim, não há mais diálogo nem compartilhamento de experiências e problemas pessoais. Tal ausência de participação pode prejudicar até mesmo a aprendizagem do indivíduo como aluno, causando notas baixas e repetências ou dificultando a percepção dos responsáveis na identificação dos sinais que sua prole possa estar sofrendo bulling. Desse modo, percebe-se que todos estão fisicamente presentes, mas dispersos ao contexto da vida de cada um. É válido também ressaltar quanto à fragilidade dos laços familiares com o avanço das novas tecnologias. Em sua obra “Amor líquido”, o sociólogo Bauman trata a modernidade como causadora de uma sociedade líquida, em que as formas sociais, como a família, tornaram-se volúveis e perderam seus valores. Contemporaneamente, um abraço para parabenizar um parente pelo seu aniversário ou por alguma conquista, transformou-se em uma simples mensagem no Facebook ou em aplicativos de mensagens instantâneas. Diante disso, compreende-se que o descontrole na aplicação de princípios e prioridades é uma realidade. Portanto, evidencia-se que a introdução de novas tecnologias pelo mundo globalizado tem alterado as relações e o convívio familiar. Por isso, faz-se necessário que haja o controle em relação a utilização de celulares e notebooks. Para isso, cada família deve estipular um tempo para utilizar tais tecnologias e para dialogar com os parentes, a fim de que possa haver uma melhor harmonia. Além disso, as escolas devem organizar palestras, ministradas por professores, orientando seus alunos no que se refere ao uso excessivo, mostrando-os a importância da existência, durante o seu dia, de um tempo certo para cada afazer. Somente assim, haverá um plausível equilíbrio na família wireless.