No limiar do século XXI, com o advento das novas tecnologias, o relacionamento familiar vem passando por grandes transformações. Nessa perspectiva, apesar das facilidades e comodidade que o uso de tablets, computadores e celulares trouxeram para a vida moderna seu uso sem limites pode prejudicar o convívio familiar, na medida em que mesmo juntos em uma casa cada um se fecha no seu mundo virtual. Da Revolução tecnológica, fenômeno da globalização, à maior acessibilidade no uso da internet e dos meios eletrônicos por boa parte da população na contemporaneidade o manuseio das novas tecnologias tornou-se parte integrante do seio familiar. Nesse contexto, foi possível se comunicar com parentes que moram distantes, trazer o trabalho para ser terminado em casa, bem como encontrar um meio de entreter as crianças para o desenvolvimento de alguma atividade doméstica. Todavia, quando esse uso se torna contínuo e sem limites o significado do afeto e atenção tão importantes em um lar acabam sendo deixados de lado. Em consonância, em uma pesquisa realizada pelo departamento de tecnologias da USP na cidade de São Paulo, mais de 45% da população que tem acesso a internet em casa passa todo o tempo disponível na frente de um meio eletrônico. Tal realidade, diz muito sobre um novo perfil familiar que vem sendo configurado, uma vez que está todos no mesmo ambiente não é sinônimo de estarem de fato juntos. Por isso, é necessário primeiramente que o adulto faça uma autocrítica e não permita que as novas tecnologias tornam-se inimiga da relação olho no olho tão fundamental no convívio familiar, principalmente quando se tem crianças em casa. Dessa forma, saber dosar coerentemente o tempo utilizado com as novas tecnologias é o primeiro passo para um bom relacionamento familiar. Para isso, é preciso estipular o tempo máximo utilizado com a internet para todos os membros, independente de ser adulto ou criança. Os pais devem ter controle do que os filhos acessam e tirar todos os dias um tempo também para saber como foi o dia de cada um. Ao Estado cabe por meio do Governo Federal, campanhas obrigatórias em todas as mídias falando da importância de não priorizar o uso de celulares em detrimento da conversa e o afeto humano. Assim, a família e as novas tecnologias poderão conviver de forma harmoniosa e equilibrada.