A incomunicação como legado das novas tecnologias “Seja qual for o país, socialista ou capitalista, o homem foi em todo lado arrasado pela tecnologia, alienado do seu próprio trabalho, feito prisioneiro, forçado a um estado de estupidez” Simone de Beauvoir. À vista disso, como um legado da Terceira Revolução Industrial, as profundas inovações tecnológicas disseminaram-se por todo o globo, estendendo-se até a contemporaneidade. Entretanto, embora a difusão desses novos meios de comunicação como celulares, computadores, entre outros, tenha propiciado grandes evoluções no campo cientifico, a dependência que o ser humano estabelece com os mesmos, é a principal fomentadora da incomunicabilidade familiar. Além de contribuir para a instabilidade das relações e sentimentos humanos. Atualmente o fácil acesso aos novos artifícios de comunicação e o seu uso indiscriminado têm sido alvos de preocupações, principalmente, quando envolvem a Instituição Família. Segundo pesquisa realizada com mil e quinhentas crianças, entre seis e doze anos, pela revista Highlights, constatou-se que sessenta e dois por cento dos pequenos queixam-se que os pais estão sempre distraídos com seus smartphones. Ou seja, ocupados demais para lhe darem a devida atenção. Consequentemente, evidencia-se que famílias inteiras têm priorizado a falsa interação oferecida pelas redes sociais, em detrimento dos momentos de lazer, os quais, exigem o contato físico e o afeto. Sob outra perspectiva, consoante ao aforismo do escritor Millôr Fernandez, “O importante é ter sem que o ter tenha”. Em suma, além das disfunções dos laços parentais supracitadas, a submissão e o culto às novas tecnologias têm sido responsáveis pela debilidade dos relacionamentos humanos. Por conseguinte, a facilidade de conversar com diversas pessoas ao redor do planeta tem diminuído a frequência dos encontros presenciais. Sendo assim, percebe-se a constante banalização do contato físico, dos diálogos face a face e do sentimentalismo humano por trás das palavras. Destarte, mesmo diante da infinidade de conexões que propiciam o encurtamento de tempo e espaço, os seres humanos sentem-se fadados à solidão e ao vazio das relações. Logo, com o propósito de limiar esse empecilho,cabe à Mídia promover propagandas nos diversos suportes como a internet, e as demais emissoras de televisão, alertando a população às consequências do uso exacerbado dos insumos tecnológicos.Paralelamente, a criação de projetos em centros de ensino, por parte de professores e de todo o corpo docente, a fim de orientar e conscientizar crianças e jovens a se posicionarem corretamente perante as inovações tecnológicas, contribuirá para a fortificação dos laços interpessoais.