Título da redação:

O Conhecimento Distante Aproximado

Proposta: Os desafios do ensino a distância no Brasil

Redação enviada em 01/09/2016

As primeiras universidades surgiram por intermédio da igreja católica, na Europa do período medieval. Neste momento inicial, os cursos universitários eram destinados exclusivamente à nobreza e membros do alto clero, mantendo, assim, o conhecimento na mão de um seleto grupo. O passar dos séculos transformou a visão da sociedade quanto a função das universidades, que hoje tendem a atender o maior público possível, em busca da universalização do ensino. Os cursos de graduação a distância surgem como um complemento a este englobamento do ensino superior, já sendo amplamente utilizados como ferramenta no exterior, e em forte desenvolvimento no Brasil. O Brasil possui o maior grupo educacional do mundo, a instituição Kroton, com valor de mercado acima dos oito bilhões de dólares e aproximadamente 1,6 milhões de estudantes. Deste total, cerca de 800 mil estão matriculados em cursos de ensino a distância (EAD). O crescimento exponencial deste número de estudantes EAD visto pelas empresas educacionais brasileiras está relacionado, em grande parte, pelo desenvolvimento do programa governamental FIES, que permite aos alunos financiarem seus cursos superiores com juros abaixo do mercado. Porém, os estudantes de EAD ainda encontram diversas barreiras societárias para com esta modalidade de ensino, o que limita a disseminação deste modelo educacional. As barreiras societárias, em geral, resumem-se em preconceitos construídos enquanto o EAD ainda estava em desenvolvimento. Conceitos como a inferioridade do ensino por internet, a formação de profissionais que não são capazes de atender as exigências do mercado e a ideia de que só faz EAD quem não é capaz de frequentar um curso presencial são exemplos de adesivos sociais criados sobre essa modalidade de ensino. Esses fatores acarretam, consequentemente, no afastamento de pessoas que gostariam de realizar um curso superior, mas não dispõe de tempo/recursos suficientes para se dedicar integralmente ao curso presencial regular, e que teriam no EAD uma possível alternativa. Ao analisar os fatos, torna-se necessária, por conseguinte, a ação do Estado e da sociedade para a correção deste impasse. O Ministério da Educação deve constantemente avaliar e auxiliar as instituições EAD, com regulamentações que garantam a qualidade e, assim, possam cooperar na quebra de preconceitos. É papel das instituições de ensino divulgarem seus cursos apresentando informações reais, e demonstrando a qualidade dos referentes, para assim atrair mais alunos. Por fim, é papel da sociedade, como um todo, compreender que os cursos superiores EAD são tão válidos quantos os presenciais, e que um simples diploma não forma o profissional por completo.