A terceira Revolução Industrial, ocorrida no início dos anos 90, possibilitou ao homem aplicações diversas entre internet e computadores. Isso possibilitou melhora significativa nos meios de comunicação e também no campo educacional, uma vez que as universidades passaram a atuar no mundo virtual. Essa mudança, aqui no Brasil, ainda é vista com muito receio, tanto de professores quanto de alunos, e isso tem gerado um número expressivo de evasão de alunos. O Censo EAD 2010 já demonstrava esse ciclo pernicioso na educação à distância, com números expressivos de desistências. Trata-se de uma soma de fatores, tanto culturais quanto tecnológicos, que impedem o maior desenvolvimento da educação à distância. Isso porque a sociedade tende a discriminar profissionais formados por essa modalidade, muitas vezes colocando em dúvida a capacidade da mesma, por acreditarem que a ausência de um campus físico o distância do conhecimento por não ter contato direto com o professor, ou seja, acreditam que o conhecimento é adquirido unidirecionalmente. Outro fator negativo nesse aspecto trata da falta de hábito, dos brasileiros, na dedicação à leitura o que reflete sobremaneira nessa modalidade, que exige dedicação extra no aprendizado e autodesenvolvimento. Soma-se a isso o fato da má distribuição geográfica de recursos tecnológicos de informática pelo Brasil, pois, no infográfico da distribuição dos cursos EAD da ABED, fica evidente que a presença desses cursos está concentrada na região centro-sul do país, justamente a que dispõe de melhores recursos nessas áreas. Nesse sentido o Brasil deveria ter como exemplo o que acontece nos Estados Unidos, onde a educação EAD é uma realidade que há muito tempo gera bons resultados, por apresentar um imenso dinamismo, incentivo ao autodesenvolvimento, preços acessíveis, redução de gasto de materiais reduzindo assim consumo de matérias primas com reflexo positivo no meio ambiente. Isso porque o modelo deles se apoia no sistema de integração total do aluno com a instituição com acompanhamento sistemático e plataformas adaptativas. A solução, em um primeiro momento, passa pelo investimento em estruturas de suporte (internet, plataformas). Desse modo, o desafio do ensino à distância no país ainda é gigantesco, entretanto, poderá ser minorado com ações do governo, instituições de ensino e professores, através da exigência (pelo governo) quanto ao fornecimento de redes de dados de forma igual pelo país, pela criação de plataformas multifuncionais (pelas universidades) que possam adaptar-se às novas tecnologias, tablets e smartphones, permitindo assim outras facilidades de acesso. Também pela discussão com professores, em câmaras temáticas, quanto às vantagens que a educação à distância propicia aos seus usuários (redução de tempo no trânsito, economia de papel, exercício de senso crítico autônomo) bem como à sociedade por universalizar o acesso à educação.