Título da redação:

. O agressor e seus oprimidos

Proposta: Os desafios do bullying nas escolas

Redação enviada em 13/09/2018

A gravidade das consequências do bullying nas escolas tem despertado a atenção da sociedade brasileira e chamado a atenção do poder público para a notoriedade da questão no Brasil. Porém, ainda que reconhecida a importância de superar esse impasse a fim de que o país avance, essa problemática persiste em decorrência, sobretudo, de fatores governamentais e sociais. Por isso, medidas cujo objetivo seja everter esse quadro são necessárias. A princípio, é possível perceber que esse comportamento hostil por parte de alguns alunos é colaborado pelas questões estruturais. De acordo com Paulo Freyre, em seu livro "Pedagogia do oprimido", é necessário buscar uma cultura de paz, além de discutir sobre o processo de desumanização causado pelo opressor a seus oprimidos. Nesse contexto, ao se observar a falta de profissionais adequados no ambiente escolar para fornecer assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e aos agressores, percebem-se falhas em amplo espectro que prejudicam a resolução dos fatos. Esse cenário é problemático na medida em que a continuidade do bullying pode gerar a evasão escolar e em casos mais graves o suicídio. Outrossim, vale ressaltar a lenta mudança de mentalidade social como fator contribuinte para que ocorra a banalização da intimidação sistemática nas escolas. Essa realidade é preocupante e pode se refletir no receio de denunciar as opressões vividas, uma vez que piadas e deboches, muitas vezes, são vistos como brincadeiras e geralmente não chegam ao conhecimento da família e da escola. As consequências dessa banalização pode ser exemplificada no caso amplamente divulgado pela mídia, do massacre em Realengo, no RJ em 2011, no qual o agressor Wellington Menezes de Oliveira voltou à escola onde sofria bullying e matou vários, chamando a atenção para a complexidade desse grave problema social, que infelizmente pode desencadear transtornos psicológicos fatais. Fica evidente, pois, que é indispensável a adoção de medidas capazes de superar os desafios do bullying nas escolas. Posto isso, cabe ao Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Justiça, fortalecer a lei com a contratação de psicólogos em período integral, objetivando fazer o acompanhamento e identificar vítimas e agressores, além disso, promover a criação de ouvidoria anônima, tal como uma delegacia especializada de modo a incentivar denúncias em prol do combate à problemática. Ademais, a Mídia com o seu poder de propagação, pode alertar a sociedade sobre os males que o bullying pode trazer tanto para o opressor quanto para o oprimido, por meio de propagandas socioeducativas com o intuito de despertar o senso crítico dos envolvidos. Logo, a cultura de paz citada pelo autor Paulo Freyre, pode deixar de ser uma utopia para o Brasil.