Título da redação:

O agressor e seus oprimidos

Proposta: Os desafios do bullying nas escolas

Redação enviada em 30/04/2018

O caso amplamente divulgado pela mídia, do massacre em Realengo, no RJ em 2011, no qual o agressor Wellington Menezes de Oliveira voltou à escola onde sofria bullying e matou vários estudantes evidencia um grave problema atual: os desafios do bullying nas escolas e seus impactos para a sociedade brasileira, o que ocorre principalmente devido às questões governamentais e sociais. A princípio, é possível perceber que esse comportamento hostil por parte de alguns alunos é colaborado pelas questões estruturais. De acordo com Paulo Freyre, em seu livro "Pedagogia do oprimido", é necessário buscar uma cultura de paz, além de discutir sobre o processo de desumanização causado pelo opressor a seus oprimidos. Nesse contexto, ao se observar a falta de profissionais adequados no ambiente escolar para fornecer assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e aos agressores, percebem-se falhas em amplo espectro que prejudicam a resolução dos fatos. Esse cenário é problemático na medida em que a continuidade do bulling pode gerar a evasão escolar e em casos mais graves o suicídio. Outrossim, vale ressaltar a lenta mudança de mentalidade social como fator contribuinte para que ocorra a perpetuação de uma intimidação sistêmica nas escolas. Isso pode ser demonstrado pelo receio que o aluno tem em denunciar as opressões vividas, uma vez que o bullying, muitas vezes, é visto como brincadeira e geralmente são recorrentes nas redes sociais. Desse modo, o aluno se vê isolado e sozinho para lidar com as opressões vividas, podendo desencadear transtornos psicológicos que afetam o seu desempenho escolar e sua convivência em sociedade, o que configura um grave problema social. Dessarte, é indispensável a adoção de medidas capazes de superar os desafios do bullying nas escolas. Posto isso, cabe ao Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Justiça, fortalecer a lei com a contratação de psicólogos em período integral para fazer o acompanhamento e identificar vítimas e agressores, além disso, promover a criação de ouvidoria anônima, tal como uma delegacia especializada de modo a incentivar denúncias em prol do combate à problemática. Ademais, a Mídia com o seu poder de propagação pode por meio de propagandas socioeducativas, alertar a sociedade sobre os males que o bullying pode trazer tanto para o opressor quanto para o oprimido no intuito de despertar o senso crítico dos envolvidos. Logo, a cultura de paz citada pelo autor Paulo Freyre, pode deixar de ser uma utopia para o Brasil.