No ano de 2011 ocorreu, na cidade de Realengo-RJ, o assassinato de 12 jovens em uma escola municipal por um aluno que acusava ser vítima de frequentes brincadeiras e chacotas. Tal episódio expõe o problema do bullying nas escolas que se mostra como uma crise social complexa e, por isso, demanda a atenção dos atores sociais.Ora, ignorar essa questão é esperar por novas tragédias. Em primeira análise, contribui para a problemática uma cultura de intransigência. De acordo com a filósofa Hellen Keller, a tolerância é o resultado mais sublime da educação. Assim, a ineficiência da escola em promover o respeito às diferenças e o altruísmo acaba sendo cumplice de um comportamento que visa expor colegas à situações totalmente vexatórias.Essas situações diminuem o interesse das vítimas no estudo e, por consequência, reduz o desempenho escolar. Logo, as instituições de ensino devem contemplar não apenas o conhecimento acadêmico, mas também uma convivência saudável entre seus membros. Ademais, soma-se à esse cenário a desatenção dos pais em relação aos filhos. Conforme uma pesquisa realizada pela União das Nações Unidas (ONU), 43% das crianças e adolescentes no Brasil já sofreram algum tipo de bullyng. Diante desse dado alarmante é importante ressaltar a omissão dos responsáveis que não percebem os sinais, como a depressão e a ansiedade, que os jovens vítimas de constantes humilhações apresentam. Dessa maneira, o problema só se torna visível em casos extremos em que ocorre episódios de suicídio e assassinatos. Nesse sentido, é importante que a família fique atenta o comportamento das crianças e adolescentes e acompanhe seu cotidiano escolar. Repensar, portanto, a questão do bullying nas escolas é de grande relevância para a sociedade brasileira. É necessário, então, que o Ministério da Educação, junto as secretarias municipais, promovam nas escolas espaços de discursão e denúncia com o intuito de expor os casos e diminuir sua incidência. Além disso, é de grande valor a criação de campanhas, através da mídia, que mostre os sinais típicos de quem sofre bullying com o objetivo de fazer com que os pais reconheçam se seus filhos são vítimas dessa violência.