Título da redação:

Lições de respeito

Proposta: Os desafios do bullying nas escolas

Redação enviada em 07/10/2017

Inspirada nos princípios da autonomia e nos ideais de solidariedade humana, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, especialmente no quarto inciso do terceiro artigo, pugna por espaços de ensino pautados no respeito à liberdade e no apreço à tolerância. Hoje, contraposto à tal seguridade legal, estabelece-se o fenômeno do bullying nas instituições pedagógicas. Fundamentado em relações de dominação, o transtorno finca raízes em razões sociais e configura, devido aos efeitos causados, um mal de saúde pública, pleiteando combate imediato. A falta de apoio e de estrutura familiar – intrínsecas ao conceito chamado de "Modernidade Líquida" pelo sociólogo Zygmunt Bauman, no qual a sociedade contemporânea estaria imersa em instabilidade e inversão de valores – ausentam o cumprimento dos principais papéis da instituição parental: ceder educação, respeito e carinho. Em virtude, jovens – de todos os demais meios e classes sociais – são transformados em "valentões", destinados à repressão, comumente justificada pelo comportamento e pela estética, dos colegas. Nesse cenário, a inércia de professores, diretores e dos próprios alunos, atuam no constante crescimento do quadro, haja vista que a certeza de impunidade estimula a ocorrência de novas agressões. Por conseguinte, as vítimas enfrentam sequelas devastadoras. O educando, após encarar insultos difamatórios, mascarados como meros apelidos, apresenta forte tendência ao isolamento, à quedas no rendimento escolar e ao desenvolvimento de psicopatologias. O emocional do jovem, ainda inexperiente e despreparado, desse modo, é violentado e suprimido por ideias de baixa autoestima. Em situações extremas, nesse contexto, desponta a trágica escolha pelo suicídio - brilhantemente explorada em "13 Reasons Why", série de Netflix, responsável por retratar situações cruéis vivenciadas no ensino médio e os resultados dos abusos sofridos pela protagonista. Dessarte, urge que as instituições de ensino, mediante instrução do Ministério da Educação e concomitância com as famílias, têm o papel de difundir palestras sobre a importância do respeito às diferenças, e o dever de contratar psicólogos formados para, rotineiramente, ouvir as angústias dos estudantes, a fim de evitar uma geração intolerante e reprimida. Ademais, o Ministério das Comunicações pode atuar na promoção de campanhas nas redes sociais e nos intervalos dos canais de rede aberta, por meio de "banners" e vídeos emotivos, no fito de noticiar sobre as causas e as consequências das problemática, de modo que reduza os acontecimentos. Assim, nos trilhos da democracia, o inciso quarto será mais que cumprido.